quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Palavra

começou tudo de novo
com palavras soltas, estimulantes
assim como terminou tudo de novo
com uma palavra safada, irritante
vou querer voltar de novo
não vejo motivo pra me esquecer de você
não há palavra pra te ver
encontro umas boas, outras más
mas não vejo uma que explique
talvez até tenha, mas não sai nada
até que saiu e pareceu brincadeira
melhor se tivesse saído uma cafeteira
assim o café nos acalmava
mas você sabe que palavras não são só palavras
e como sabe que palavras
não é palavra se a gente não visse palavra
viu mais a palavra
menos a palavreação
foi uma palavra
e por isso a preocupação
de falar das palavras
elas falam por si
mas é a gente que manda
e mandei naquela palavra
ela me obedeceu
foi certinha
mas você não viu o recado da palavra
só percebeu que a palavra era uma palavra
e de uma palavra se desmontou outras faladas.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Gosto de Sol

Ainda haverá sonho, ainda
Melhor seguir cantando a canção
Que os tempos bons estão voltando
Mais forte ainda,
Sol e chuva faz parte de toda estação.

Só levanta quem caiu, não há ninguém
Nessa estrada que nunca caiu.
Sempre existe outra chance para alguém
E com você não vai ser diferente
Existem frutos que você ainda não viu.

Tudo será melhor que antes
A brisa é mensageira, diz tudo
Que você quer ser
E basta ouvir a estrada de antes
E basta aprender o que é Tudo.

E como se fosse um símbolo
A chama não envelhece
Nem a aurora pará de nascer
E você segue inseguro
Mas tenha fé, certeza no que você vai ser.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Turbulência

Já falei de quando fui embora
Esqueci de quando foi você que se foi
Muito mais triste a hora
Que ecoou pela cidade
Só que não desejo mais a morte
Vou fechar meus negócios
Esquecer de você, tentar outra sorte
Se não der certo, vou continuar só por você
Já tou caminhando na poeira
De você pretendo me perder
Acredito que não vou esquecer
Mas nada me fará voltar pra você

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Rumo

Espero, torço pra que tudo mude
As estações, a direção do vento, sua posição...
Ainda vai acontecer de me encontrar em você
Será que pensa em mim?

Rio de gente, gente, gente, gente, gente
Inunda os passos tímidos.

Terra dos sumidos não é dos esquecidos
Por isso qualquer dia encontro você
Na poeira do caminho de barro...
Será que vai lembrar que tou lembrando de você?

Muita e muita gente, gente, gente, gente, gente
Segue caminho de terra.

sábado, 17 de outubro de 2009

Das flores de Outubro

Queria escrever de um gole só
Suspirar e vomitar letras p'ra uma canção
Dizer que o dia termina bem, que estou melhor
Que seremos sempre irmãos.

Que a nossa juventude não vai ser em vão
Que esse caminho não seja só sonhos
E os domingos venham com gosto de sol e amigos.

Aqui isolado neste lugar
Que é um paraíso bucólico
Enfim, um eterno descansar
Longe de tudo, de todos.

Mas este coração hoje bateu mais forte
A força no meu pulso é esperança
O teu sorriso voltou igual o de menino.

Cheguei a tempo, o sol ajudou.

sábado, 10 de outubro de 2009

É

Esse negócio de palavra dizer o que é
É tão bobagem como dizer o que não é
A gente nem sabe o que é o que é
Mas não dá p'ra não pensar no que é
Talvez seja só verbo de ligação não é?

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Minha Gente

Houve um tempo em que você não falava
Houve um tempo em que falaram por você
Houve um tempo em que você não sabia o que era falar
Houve um tempo em que tu nem sabias o que falavam
Houve um tempo em que as palavras não faziam sentido
Houve um tempo em que você só era usado pelos falantes
Houve um tempo em que você era "minha gente"
Houve um tempo em que você era proibido de falar
Houve um tempo em que tua voz precisava de um agente
Houve um tempo.... houve um tempo...
Agora você fala, anda, corre, pula, grita, mas quase nada mudou
Só mudou que agora você fala sem precisar de "mentes".

sábado, 26 de setembro de 2009

Sereno

Escrever sobre você tornou-se mais fácil
Mais calmo me torno
Maravilhosamente fico suspenso e ágil
Quando escrevo sobre você, Amor.

As pessoas me entendem melhor
Minha escrita deixou de ser confusa
Fico que nem menino, me torno maior
Maravilhosamente melhor, claramente melhor.

Veja que você me agita e acelera
Assim simples, tão simples como rir
Maravilhosamente você me espera
Lindamente eu te respiro, suspiro.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Da Criação

A paixão é teu corpo
Meu corpo é minha arte
E minha arte se encaixa
No teu corpo que é minha parte.

Em busca da Felicidade 2

Hoje recebi uma ligação de ânimo
Depois de uma tarde de chuva e só no quarto escuro
Sem motivo pra tanta tristeza, pra tanto desânimo
Só por ontem cultivei isso em mim.

Será que sou capaz?
Será que sou capaz?

A minha insegurança é amigo constante
Esses passos de certeza que ninguém fala
Queria pra mim, incertezas abundantes
Não quero mais, tira isso daqui

Será que sou capaz?
Será que sou capaz?

Mas foi só ontem que a dor veio mais forte
Só por ontem fui vítima de mim
Quem disse que é sorte?
É antes meu pensamento que dá meu alimento.

sábado, 19 de setembro de 2009

Sentimento

Aquele velho e bom sentimento
Sempre carrego guardado no coração
Na certeza de ser universal
Não importanto as estradas cruzadas

Esse afeto é de filho que entendeu o pai
Sua luta, jeito, cheiro
Esse sentimento é também feito de saudade
Maior que eu, nós
É minha eterna lealdade

Não há fronteiras pra esse Sentimento
Há diversas formas e formas de amar
E não importa se já não é, sim o que foi
E foi e será para sempre uma linda forma de amar.

Meu amor é só puro amor
Não irá se tornar menor por que se foi
Chorei e choro só por amor
Não se espante se nossas vidas novamente se cruzarem
É só o corpo, o verbo amar sempre aqui comigo estar.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Coração Alado

Bem longe estou de você agora
Tão cansado, desgastado, isolado
Solto deste mundo de ilusões teu
Imerso no abismo cavado ao lado.

Escrevo palavras trêmulas devido a posição
Em que as letras já vão apagadas
Escutando a canção da morte
Ouvindo a melancolia negra completa de emoção.

As pedras vão rolando na rua
"Quase morri ao menos de 32 horas atrás"
O sol agora entra no quarto gelado
Hoje não vai chover, deixa-me, aqui, espalhado.

Cada palavra que vai é um desespero
No céu azul de setembro
E esse amor que acabou
Irá transformar-se em mágoa.

Olhos trêmulos de um sol de inverno
Agora lêem palavras de uma distância anunciada
E o chão que toca meus pés
Não vai se acostumar com os meus calos

Letras que nada dizem
Palavras soltas
Oração sem nexo, desconexa
É Assim que meus olhos se sentem.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Indiferença

O que antes era entendimento, cumplicidade e desejo,
de repente, muda de estado, muda-se o jeito.
Há palavras não ditas, outras pressentidas,
em meio a expressões traiçoeiras e esclarecedora ausência.
Como uma taça quebrada, a única regra foi violada,
mas antes um brinde foi feito.
Depois de tanto afeto dado, o vinho tinto suave derramado,
não há mais nada a fazer.
Que cessem os olhares tortos e a investigação alheia...
O peso de ter que me esconder.
Sentimento nunca deve ser mendigado ou cobrado,
se surge é espontaneamente...
Mas nunca retribuído com amarga indiferença!

sábado, 5 de setembro de 2009

Tempo

A vida vai desgovernada por estes caminhos
Quisera também não colocá-la em regras
Será que o tempo é só espinhos?
A vida vai solta, tropeçando, sonhando, chorando.

Por quanto tempo vai durar meu tempo?
Não me importa mais se é bom ou ruim
Mas não sei até quando vai durar meu tempo
Nessa estrada de vida torta que ecoa em mim.

Nem sei o que é direito, só tenho preconceito
Não acredito mais no amor inocente
A vida até agora foi ilusão dilacerante pros meus olhos sem medo
O tempo vem me mostrando que o som é o próprio tempo.

Não vou tornar essa dor maior, nem ser coitado
Hoje não tem mais nada certo pra ninguém
Só o tempo que está tão certo, som iluminado
Em que a vida tenta seguir, e nós tentando dá passos além.

Esse tempo que não passa,
Meu tempo que está passando,
De tudo que ficar, que vou deixar
Você era o mais importante, o que sigo amando.

Quando eu estiver numa outra estação
Onde o vento noturno é sopro da vida
Estarei também em ti, em cada hora do teu tempo
Na vida que quis, nas coisas que me feri.

Quando a gente tenta demais e nada ganha
Não é culpa do Universo, nem de Ninguém
É o tempo que sabe tocar o Om
A culpa é minha, da gente.

Do meu líder que sou Eu
De minha mente, que sou Eu
De minhas pernas, que sou Eu

Meu tempo só serve pra me dizer que nada sou
Que tudo é fruto do nada
E que sou o que faço.

Até quando minha vida vai ser sua?
Até quando nossas vidas não serão nossas?
Até quando noite?

A amizade que me deu teu amor
E não penso mais no resto
Nós não vivemos sem dor.

A Cada Gole

Hoje me deu vontade de beber
Beber não pra esquecer, muito menos pra lembrar
Foi só vontade de beber
Pra observar a espuma que fica no final de cada gole
Pra olhar o final de nós em cada gole
Pra ver o copo vazio no final de cada gole
Pra encher o copo ao final de cada gole.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Do Outro Lado da Rua

Do outro lado de lá
Do outro lado estar
O sol de inverno encaracolado
O raio de verão nos cabelos melados.

Dessa janela ainda desço
E mergulho não p'ra dormir naquele berço
Mas para fazer festa nos seus adereços
Ate não saber mais voltar pro meu endereço.

Meus olhos fixos naquela residência
Já começo achar que não há nenhuma resistência
É só atravessar a rua perpendicular à minha janela
E ela já a me esperar, ali já está ela como uma sentinela.

Sempre de vestido de cor viva no portão
Enlouquece meus olhos secos de solidão
Do outro lado da rua canto qualquer canção
Na tentativa, em vão, de chamar sua atenção.

Do outro lado de lá
Do outro lado de cá
Poucos metros p'ra misturar
Cores, palavras e Iemanjá

Adoro seu estilo, desbocada e atrevida
Nada convencional na minha vida
Mas muito interessante por uns dias
Basta atravessar a rua de nossas vidas.

Cabeça de Lata

Hoje é dia de Balada
Hoje é dia de não fazer nada
Hoje é dia de Cabeça de Lata.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Mal de Mim

Escrevo por não escrever
Escrevo por ser loucura escrever
Escrevo não para ficar louco
Escrevo por ser louco.

Nem tudo vivi, senti
Nem tudo provei, usei
Nem tudo chorei, gritei
Nem tudo amei, detestei.

Têm dias que me sinto assim
Usando verbos impessoais p'ra mim
Outras vezes uso pronomes
Que não me dizem nada, só nomes.

O que quero Aqui
O que tem Ali
Isso cansa, dá sono.

Não sei mais se quero
A Esperança é desespero
A solidão só aguça meus medos

Isso cansa, dá sono.

Canção da Ana

Ando pensando em você/ O que vai fazer, como deve estar
Mas nessa hora deve tá chegando no colégio,/ depois ir pra casa

Você está tão certa, tão moderna/ Tão incerta, você está tão esperta
Não há como negar esse brilho negro/ Que insiste em desvendar meus segredos
Tão moderna, tão certa, tantos medos/ Você é assim de batalha cotidiana

E no resto do dia penso em ligar, / Mas anda preocupada com a prova do vestibular
E quando chega a noite só pensa em descansar/ Promete me visitar, dizer um "olá"

Hoje fez um dia bom e só queria escrever uma canção
Uma canção sem rima, sem rima uma canção.

Ando pensando em você/ O que vai fazer, como deve estar
Nessa hora deve tá usando o computador,/ depois ir pra cama.

sábado, 15 de agosto de 2009

Peça Improvisada

Deveríamos compartilhar
Seríamos um só em nós
Mas não queria que fosse assim
Um teatro sem peça p'ra improvisar.


Me diga algo de novo
Me diz, me diz, me diz
Algo de bom, de certo
Me diz sobre sua vida.


Tem tempo bom, tem tempo ruim
Tem tempo redundante, espaço vazio
Tem gente de finalidade, de meia-idade
Tem coisa que não se explica nem se respira.


Meu medo está longe daqui
Isso me causa medo da esquina
Deveríamos compartilhar...
Não há mais o que encenar.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Inverso

É um grito, um desespero, uma fome
É uma onda gigante, quase um sono
Essa certeza que não quer passar
Esse ar de amigo inverso que insiste em falar.
Inverso, insucesso, fim do universo
Estão acabando com os versos
Mas não desejo bonsucesso
Neste sol de inverno.
Nem adianta pensar
Que não passa, não passa, não cala
Meus amigos já não me entendem mais
Meus pais já não sabem mais de mim.
Se disser verdade é mentira
Se disser mentira é uma verdade, eternidade, saudade
Não não não, chega de calma, da calma
É tanta maldade que a tevê parou.

domingo, 9 de agosto de 2009

Da Fonte

Você é Luz neste espaço cósmico
É a Escuridão que preenche essa Luz
Muito mais que isso, é meu guia
Prefiro errar contigo
A ter que acertar sozinho.

Do Espírito

E essa essência que não me deixa em paz
Paz que tenho no meio da multidão
De gritos dentro desse quarto
Que não ultrapassam as paredes do meu corpo.

Este delito que cometemos
Foi profano demais
Incerto demais
E o que me resta?

Dessa dor que não tem motivo
Justamente por não ter razão que é dor
Quero fugir
Quero ficar

Desse ritmo de recomeço
Já perdi, mas hoje comecei a ganhar
Ganhar uma esperança de viver

Assim começo outra vez
Mas de espírito limpo
Não há nada de errado comigo.

Cidades

Vai, tira logo esse ar pesado da sala/ Vai, e me deixa em paz.
Aliás não vai, fica e me satisfaz/ E tenta não quebrar o encanto.



A liberdade de ser vai dentro de mim, no grito.
A felicidade é só um estado de espírito

sábado, 1 de agosto de 2009

Natália

Quando eu for embora
Que fique de mim tudo que não mostrei
Que fique o melhor de mim.
Quando eu for embora
Que lembre dos dias simples
De chuva, de sol
Que me diga tudo o que sempre quis ouvir.
Quando eu for embora
Que não me negues teu beijo
Nem disfarce seu desejo de me querer.
Quando eu for embora
Escreva as palavras mais linda pra mim
Que me diga que sou importante.
Quando eu for embora
Que não se esqueça de mim
Não esqueça de mim no seu coração.
Quando eu for embora
Estarei bem mais feliz pelo desconhecido
E bem melancólico pelo o que fica.
Quando eu for embora
Que estas palavras sejam lidas
E compreendidas no teu coração
Quando eu for embora
Escreverei p'ra ti aquela canção
Que nada diz, mas muito faz.
Estarei distante, numa outra estação
Na luz do silêncio que é essa escuridão.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

A Ordem dos Franciscanos

Sigo acordado, busco noites inteiras
Faz tempo que deixei você
Mas você ainda está em mim
Palavras não traduzem tuas estrelas.

É na solidão da noite que lembro de ti
É na falta de identidade que lembro de ti
E quando chega o início do dia
Quando chega o fim do dia.

Voltar p'ra você quero
Voltar p'ra você não é mais sério
E quando chega o fim do dia
Quando chega o início do dia.

Você é pequena demais p'ra mim
Você é devagar demais p'ra mim
Mas ainda quero tua simplicidade
Preciso da tua simplicidade.

Não quero estar apaixonado
Mas quero tua paixão
Tira de mim essa ilusão
Tira de mim, tira de mim.

Você me faz viver, longe assim
É por você que estou aqui
É de você isso aqui
É p'ra você isso aqui.

E quando chega o início do dia
Quando chega o fim do dia.

sábado, 25 de julho de 2009

Não-padrão

Ando cansado de ouvir que fulano é bom, que escreve bem
Ando de mal com as discussões intelectuais
Que nada dizem por discutirem demais.
Ando tedioso de tantas vozes
Ando ansioso pelo que virá após se calarem.

Palavras, palavras que ecoam em mim
E não são o que vejo
Mesmo que escrevesse, escrevesse todos os gêneros
Ainda sim, não seria compreendido.

Ontem teve tiro na esquina,
E não me diga como devo pensar
Não me diga, não, não.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Preocupação

Minha preocupação em se
.
.
.
.
.
preocupar com a preocupação
.
.
.
.
me deixou preocupado...

domingo, 19 de julho de 2009

Neste'tante

Tá tão fácil viver amando

Lembrando da estrada e sol nascendo no caminho

Do vento que acariciava meu rosto

Deixando sonhar, uma vida real.

Basta!

Neste momento vivo
Vivo antes que este instante acabe.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

De Qualquer Forma

Dentro deste quarto ele se enquadra
Vem mundo tão pequeno e raro.
Dentro, fora, afora de ti
De ti, de ti, que não quer saber.



Da cozinha à sala é um passo
Da sala à rua são duas escadas
Da rua ao infinito é um som.




Ela pede um café preto
Ele nem cafeteira tem
Ela diz tudo bem
Ele nem a ouviu mergulhado no medo.


Suprindo necessidade
Estão na mesma idade
Moram na velha cidade
Mas quem disse que não é verdade?

sábado, 11 de julho de 2009

Bacharelo-me

As árvores cortadas da rua
Me fizeram procurar nela inteira
Uma luz acessa.

Sem necessidade
Fui feito um louco
Esperando me pagarem e so me deram ansiedade.

Sentado, querendo voltar
Andando, correndo pr'a casa de taipa
Meu pensamento se resume em te amar.

sábado, 4 de julho de 2009

Filosofia de Bar

Foi na letra F do 11º que veio chegando, descendo...
Apesar de ter vindo de cima e ido pra cima
Ainda sim é considerado baixo mesmo sendo alto
Pois o que desce do Norte não é valorizado
Mas disso minha mãe já me dizia
Eu, de teimoso, que vim ou foi de sair?
Sair e voltar, voltar e ficar, ficar e transformar
Mas saí, não voltei, aqui fiquei e nada mudei.

Mas não escrevo para encerrar
Já que o tempo ainda não acabou
Ainda haverá chance de chegar
Mas sei do meu espiríto inquietante
Sei que sou nômade
Já era nômade quando vivia no mesmo lugar
Perdoe-me, meus pais, irmãos e amigos
A inconstância de ser e o tédio de ser um
No princípio quis ganhar o mundo
Mas ele não está em aposta ( mas ainda o ganho)
Depois quis abraçá-lo e conhecer todos os lugares
Ainda não completei essa verdade.

Mas um dia volto, não será o mesmo Eu
Mas voltarei pras coisas que são minhas por direito
Como minha terra, minha casa, minha rua, minha noite
E voltarei subindo pro norte-nordeste
Subindo, mas nem precisava porque lá
Já sou grande, grande para os meus
Aqui já sou grande por ser um nordestino
Que desceu, conheceu, amou, sonhou, viajou, voou e não se encerrou.

Paulicéia Carioca

Minha inspiração é...
Não é você
Ando meio
Sentimental
Que tudo
Vai me fazer
Chorar
Este desejo
De ter Você
Me faz longo demais
Mas sua distância
Me deixa Louco
Imparcial
Barco
Sem comandante
Professor sem aluno
Não precisa vim
Não!!!
Mas se vier
Venha
P'ra ficar
Ficar
Ficar
O tempo de ser e está.
Só não desisto por que sou nordestino
Por que sou nordestino.

No seu alcance óptico

Você cara nua
Que me usa
E me deixo usar
Não aguardo mais nada
De você
Porém
Com Você me sinto mais Eu
E menos outros
Me diz
Me diz
O que vou fazer
Sem Você
Me chamar
Sem Chamar
...

Virtual

Este louco mundo de brincadeira
Que é sério e não verdadeiro
Mundo
Louco
Virtual
É bem animal
Mas não espero demais
Consigo contigo
Ir além dos bancos
Mas não me prenderás mais
Não mais
Não
Mundo Virtual
Vai pegar outro
Não
Sou
Nem um intelectual
Prefiro os bares
Noturnos
Da Praça XV
Que tanto me servem
Aos momentos sozinho,
Mais acompanhado
Que só
Virtual
Não leal
Imoral
Passional.

Minha TV que não era a Cabo

A vida passar
Passar....
Mas não adiantar
adiantar...
Que estranha sensação deste lugar.
Vamos fazer um comercial hoje
Outro quem sabe amanhã
Mas a propaganda a mesma:
Da vida passar
Passar...
Nas tramas encenadas
Estou pronto p'ra consumir
Consumir
E não
Adiantar
Não adiantar
Vida a passar
A passar
Consumir
Mas não adiantar,
Não
adiantar...

Salto no Mundo

Este mundo me dói
E não o conheço nem a metade
Ele pra mim é devasso
E nem ao menos fomos apresentados
A lógica deste vento boreal
É minha voz calada neste caos.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Mesmo Tamanho

Escrevo você certinho
Talvez até muito direitinho
Certinho demais para o seu jeitinho.

Te como bem devagarzinho
Devagar demais p’ra meu bocão
Mas como e como bem gostosinho.

Te ensaio só um tiquinho
Que é p’ra não gastar tanto
Mas gosto de você menos ensaiando.

Quase um dia perfeito
Encena peças, é atriz e plateia
Porém também não presto.

Há dias que canso
Outros nem me espanto
E em alguns me engano.

Somos do mesmo tamanho
Nenhum pior que o outro
Não prestamos, mas nos amamos.

domingo, 21 de junho de 2009

Minha Mulher

Quando me feriu não foi a mim mulher desvairada
A você muito menos que não me tem
Foi ao velho amor da viola quebrada
Que toca a balada triste noturna
Da solidão que encerra amor
Na estrada da vida mesclou
Nós, um em mim
De que não
Ficou nem
Um.

Coração sem norte e mulher sem paixão

Complicação que é ação
Porém me enlouquece
Nessa Ciranda de versos
Sem nenhuma
Conexão.

sábado, 13 de junho de 2009

Moderação no caminho

Já passa da meia-noite, o dia é sempre bom é como um lugar ideal, mas que falta algo e o que falta no dia é a noite que vem sempre iluminar a cidade, a rua, a minha vida. Então é através da noite que percebo que as vezes estamos num caminho sem volta, a literatura que tanto nos proporciona momentos magníficos, também nos cerca no tempo e nos intimida, ela que mexe conosco e com o mundo e as vezes assusta. É assim que me sinto quando leio, por exemplo, Guimarães Rosa ou Clarice ou ainda quando aquele velho bruxo do Cosme velho me diz com a maior simplicidade todas as amarguras do homem, isto amendronda, porém faz crescer.
Hoje frio, congelou meus pés e mãos, mas minha mente manteve-se quente.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Consertar Você

Corri longos dias p'ra tentar
Tentar encontrar você diferente
E tudo foi em vão
Não adiantou e falhei com sua mente.

Tentar consertar você...
Foi meu objetivo
Meu medo é que não volte mais
E fique perdida no Subjetivo da vida...

Tentar consertar você
E trazê-la para Casa
Como a luz do sol
Que entra em massa.

Quebre a janela e grite
"Sou eu, sou eu, sou eu"
Não se aguente mais
Venha, não sei o quê, lhe visitar

"Me deixa voltar p'ra Casa
Deixa-me só
Já que só estou neste caminho perdido
Mas voltar p'ra onde?
Não há horizonte daqui"

Há somente Você e você
E neste confronto sobreviverá
Somente teu verbo
Que diz p'ra renovar, renovar.

Coletivo

Agora que não entendo
Me sinto novo, iluminado
Por não saber o caminho
Foi que passei a caminhar
Não sabendo como chegar na Messejana
Fui para na Parangaba e Aldeota
Tomar café da manhã, que idiota.

Memorial de Areia

Novamente vai se lembrar
Do memorial de areia
Que me cabe juntar
P’ra espalhar no canal aberto.
Ele vai correr de esgoto em esgoto
Até deságuar no mar de erros
E evaporar em nuvens de chover.
Chuva de redenção e apelos
Que cai e nasce como um desespero.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Casa de Taipa

Pelo apartamento vazio
Ouço o triângulo e o bumbo
Que tocam aquelas músicas
E fazem voar até o humilde Ceará.
Vejo o dia amanhecer, o sol de junho
Que deixa as pernas da moça mais bonita.
Escuto o som das cabritas no cerrado
Que se perdem longe da casa de taipa
Iluminada pelas lamparinas na sala
De onde se ver o trem passar
Cortando a noite do sertão
Deixando mais bela as estórias de assombração.
De lá vim, de lá sou, de lá serei, pra lá vou
Ainda tenho medo da solidão
Que foi o desafio de estar nestas estradas
Que é de caminhar na escuridão
Sabendo que devo àquela casa
Que foi ela meu princípio
Minha aprendizagem de vida
Observando a natureza seca daquela paisagem.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Promessa

Mudou o quarto de lugar
Trocou os móveis, pintou paredes
Não para o esquecer
Mas para aliviar a sua dor

Viver junto não foi fácil
Mas, não ter a presença constante
Do companheiro de luta, dores e amores

Uma história de vida a dois e seus frutos
È algo que com toda força necessária
Ela terá que aprender a lidar

Anos lado a lado – 26 deles se passaram
Desde a promessa no altar
Que se cumpriu afinal
O “Até que a morte os separe”.

Maternidade

Uma imagem tão real era a daquele
Pequenino de cabelos negros
Nutrindo-se a partir de mim
Sugando e ferindo meu seio
Não tenho seu rosto, nem nome , nem pai,
Mas um berço num quarto de adulto
Um avó, uma médica e uma genitora
(nem alegre, nem triste)
Para quem a maternidade chegara
Como algo natural e enigmático
Um susto em plenitude,
E acordar?...Um alívio!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Dia Longo

Um dia longo se vai encerrando
Nestes campos alaranjados do sol de outono.
Dia de paz, sereno, sem espanto
A sensação de estar pleno me deixa espalhado.
Vão filosofia urbana...
Não foi por tu que se tornou são.

Estradas

Se um dia não estiver mais aqui
Não terei ido embora por vontade
Nem terei ido por medo ou por saudade
Terei ido por ser inconstante, atuante.

Quando um dia não estiver aqui
Não chore e nem implore por mim
Porque a alma é fraca, mas ainda vou dizer sim
Porque é preciso nascer e fazer acontecer

Talvez amanha não esteja mais aqui
Mas sempre lembrarei dos momentos simples
Como lê com você, esperar o dia amanhecer
E duvido muito que isso vá comover você.

E quando tocar aquela balada
Lembre-se de mim, das noites e dos corredores
As lembranças vão sumir na escada da vida
Ela vai durar menos que a música tocada.

Não podemos viver sem união
Há tempos sinto esse cheiro de distância
Não é fugindo que vamos resolver a paixão.

Com tantas coisas para conseguir...
Mas um dia isto passa e ficará apenas o rastro
Acabará a intimidade e o que surgirá nem é saudade.

Por estes caminhos estúpidos
Imagino no que virá na curva
Porém tudo é mistério...

sábado, 23 de maio de 2009

Lépido Amor

Na pele negra de tua consciência
Andei lento por entre pernas e braços
Sentindo cada lugar nessa experiência
Degustando cada instante, cada abraço.

O céu tocou teu corpo no manto espacial
Seus lábios e os meus numa busca incessante
Eu ouvindo cada suspiro, cada vez mais ofegante
Até chegar naquele ápice animal.

Depois do seu e meu prazer natural
Teu gozo não é mais meu
Somos estranhos nesta escada sideral
Jogados, tímidos, envergonhados.

Após a mente ser sucumbida pelo desejo
Palavras fortes e únicas nos atormentam
Porem é tudo mesmo que ensejamos
Mesmo que por um segundo, não estamos

O mar imenso de estrelas de luz sem fim
Viu mais um lépido amor sim.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Solidão Noturna

Bem perto daquilo que podemos imaginar
Caminha pelo mistério que é andar
Na escuridão da certeza
Na imensidão de observar
As mais longas praias da beleza.

Ela segue marginalizada nos cantos do quarto
Como um bicho ameaçador e descartável
Quando todos só enxergam aquela dor
E ela não se cansa de me dizer que eu não entendo
Aniquila-se e isenta o termo amável.

Sempre falam aquelas sabedorias de gente que não sabe
Sempre dizem que não acontece
Mas acontece o tempo todo em toda parte
Bem perto da gente que passa fome, de gente que não merece
Continua se espalhando como uma peste.

Acho que amanhã vai fazer sol, vai ser quinta-feira
O dia vai acordar com menos ar urbano
Vai dá pra ir à praia e passar na feira
Vê o passeio, andar no centro
Misturar com as pessoas, ser zona sul e suburbano.

Mas quando tem chuva também é bom
Vem molhando tudo e secando a distância entre nós.
Como vou te esquecer?
Tu estás na sala, cozinha, na foto, no som
Um segundo separa de um futuro por merecer

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Mais um amor que se vai...

Quando ela me ligou era noturno.
Quando falei, ela era triste.
Meu espanto: eu não era confuso.

Mas fiquei triste, um mudo.

Meu Lugar

Nos braços da tua imaginação
Passo meus dias flutuando em águas claras.
Corro por caminhos distantes do meu coração.

Nestes caminhos longínquos de naturezas várias
Apego-me em turmas e constelações
Mais de mil neste horizonte de praias.

Beijo fatal de luz
Berço do meu carnaval
Princípio do que mereço.

Estou em um e nenhum lugar
Estou no espaço da minha mente
Estou na cidade do meu luar.

Mas por entres estradas
Tu, minha cidade, permanece em mim.
Melhor das melhores estada

Comigo te levo na poeira sideral
Cá neste lugar insólito e espacial
Tu és a rainha das noites.

A magia do que é natural.

Velho Bruxo

(Machado de Assis)

Velho bruxo do Cosme velho
Que deu flores de melancolia para moça
No lugar de versos de amor.

O que tu fez do soneto da vida de ontem?
Porque ficou bruxo amanhã?
Segregou milhares de pessoas na tua mente.

Tua melancolia vem justamente das moças e do povo
Que tu pintou em tuas folhas amarelas de tempo
Tornando-se todos e nenhum em ti.

Velho bruxo que veio da providência.
Providenciou palavras claras, poesia
Outras de mistério e demência.

sábado, 16 de maio de 2009

Todo o Vapor

O caminho da rua vai dar no meu coração,
Depois de tantas coisas que não consegui
Após noites que não pensei em vão
Logo depois da queda ao chão.

Pensamentos passados que não são interessantes
Nem tão poucos instigantes.

Mandacaru vai a todo o vapor
Sacolejando o boneco bobo
Lado a lado com ali.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Notícias

Notícias de mundo distante
Vem até este céu de cor.
Corre entre arbustos e cais
Não para, alcança a luz.

Na contramão vai minha calma,
No compasso da batida antissocial,
No meio da multidão, sem palmas,
Vê as notícias passarem como real.

Notícias daquele lugar trazem.
Tou na laje da sociedade.
Ela vem invisível,
Nossas histórias se dão bem.

Arrasadora numa mente perturbada,
Inquietante numa cabeça pensante,
Nossas histórias se dão bem

Aquele lugar você arrasou,
Aquele lugar você alegrou,
Nossas histórias se dão bem.

Contemporâneo Amor

Carne boa, pele boa
Pele que não repele,
Mas só sugere
Me acaba e fere.

Apenas desejo, querer
Mas se não quer, libere!
Tudo bem, gosto que tempere
Até que é bom, me esmere.

É comédia romântica,
Dos tempos contemporâneos
Onde está em alta a semântica.

É matemática dos Amantes.
De situações inusitadas,
Em que importa é o instante.

São farrapos da vida,
Condição de amante,
Só de cores e sem briga.

Quando estiver só na rua,
Me chama no seu peito,
No grito de mulher nua.

Ecoando no espaço do meu sujeito.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

É chegada a hora


É chegada a hora

Ver um amigo partir

Traz logo no peito a lembrança

Dos momentos juntos vividos

Da alegria e companheirismo

Em tanta conversa jogada fora

É chegada a hora

De deixar pra traz velha rotina

Arregimentar grandes forças

Pra seguir novo caminho

Levando na bagagem

A certeza da aprendizagem,

O tesouro mais precioso e certo

Aquele que ninguém te tira.

É chegada a hora

De dizer sentirei saudades,

Segue em frente amigo e

Trate de aproveitar com sabedoria

Os desafios, alegrias e prazeres

Que a vida tem para te ofertar.

Leve junto contigo a certeza

Do meu carinho, torcida e respeito,

Onde quer que você vá.

BEM ESTAR


Toc, toc... É alguém a bater na porta

São os intrusos e curiosos,

Não os deixo entrar;

Essa festa é particular e intima.

Eles estão sempre a questionar

Sobre o que está acontecendo e

Com quem você (de fato) está

Gera-me logo um incômodo

E não quero nada revelar

Queria mesmo era gritar:

“Sinto-me invadida por vocês

Mudem o foco e o olhar”

O meu sentir não é público

É mais que um bem querer,

É bem estar!

Noites Claras

Sua respiração na minha boca
Vem como a lembrança da minha terra
Boa sensação de ar cálido.

As paredes daquele quarto
Esconderam suas dores
Acolheram seus amores.

O chão desse lugar
Tiveram as melhores noites
Que um dia serão guardadas num altar.

O teto daquele lugar
Abriu-se para os astros observarem
E as estrelas iluminarem aquela escuridão.

É quase de manhã
Raiou o sol de outono
Desfazendo minha insanidade noturna.

Mas o princípio de tudo é o nada
Assim como a noite
Abre uma brecha para o dia.

Então nestas noites pálidas
Te espero, te desejo, te quero
Para viver energias válidas

E dançarmos nas noites claras

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Vida

Lembra quando eu te procurava?
Mistério e sombra era o que via.
Lembra quando deixei de perguntar?
A sombra permaneceu no chão,
Mas minha alma não cabia mais no meu corpo.
Foi daí que senti as noites pálidas
Respirei-as com pulmões vivos
E tive a certeza do meu destino.
Voei no espaço entre luzes claras
E agora venho de novo te pedir
Que ratifique tudo isto
Não porque te perdi
Mas pelas minhas fraquezas emocionais de homem
Homem calado, introspectivo
Que te pede, pede na insistência
Até poder receber,
Mas ainda sim confio em ti.
Minha tranquila aparência vem de Tu.
Mesmo sendo pouco, pouco, pouquinho
Neste cosmo infinito de poeira da vida
Que não me cabe entender
Só me cabe admirar, orar
E te pedir com minha maior devoção
A vida de meus irmãos.

As Noites

Desbanca a claridade, porém raiou de amor.
Entra gelada, serena e sensual
Abre todas as portas do meu espiríto
Me faz sonhar, amar, único e supernal.
É dona das estrelas deixando-as visível na epopéia cósmica.
Ah, como é doce, solitária, recanto, meu encanto.

A Moça

A moça que passa nada digo,
Mas olho paras pernas que vão
E enchem minha pélvica de sensação.

A moça que passa nada digo,
Mas respiro o vento que passa por seus cabelos
E chegam a mim trazendo as mais belas paixões.

A moça que passa nada digo,
Mas meus olhos seguem sua cintura cintilante
Que pestana minha mente como um gozo.

A moça que passa nada digo,
Mas vejo seus olhos grandes de Capitu
Que me inebriam os sentidos em ardor.

A moça que passa nada digo,
Mas até mesmo seu nariz empinado é música
Música de tempo vivido e sonhado.

A moça que passa nada digo,
Mas traz minha terra de tão bom que ela é
Ela me deixa cheio de mimos e nostalgia.

A moça que passa nada digo,
Mas é como a nova bossa nova
Sempre alegre, cantando o amor-imperfeito.

A moça que passa nada digo,
Mas é como as noites do meu lugar
De pedras frias, sombras, romântica e solidão.

A moça que passa nada digo,
Mas é como as casas do meu sertão
Singelas e bonitas no que representam.

A moça que passa nada digo,
Mas é como uma supernova
Que rasga o céu de astros em luzes.

A moça que passa nada digo e,
Nem quero dizer pra não perder
O encanto que é lembrar nosso canto.

sábado, 9 de maio de 2009

Amor Suspense

Sinto muito, desculpe amor supernal
Tou longe da sua estação prima
Sou descendente da vida espacial
Lá não existe teu capital.

Teu beijo doce e sôfrego é gostoso
Mas não combina com meu lábio tétrico.
Ávido coração badalado e amoroso
Sempre andou e foi prazeroso.

Não sou teu, só faço suspense
P’ra balada ser tocada.
Não me entenda, nem pense.

Neste momento é minha amada
Amanhã vai e me vence
Mas logo acaba e fica abalada.

Leveza

As carnes ainda tremem
E os batimentos contam-se acelerados
Desde o ultimo contato
Com teu hálito quente e perfumado

Com força intensa, de emoção
Sinto-me de novo adolescente
No medo de sermos descobertos
Sensato é conter reação

Evitar a cobrança alheia
Que tudo quer transformar num padrão
Não funciona assim p'ra gente

É assim desde o começo
Nosso contrato foi selado num beijo
Sendo a leveza o atual cenário dessa relação

Tu em mim

A razão me cegou, mas meus olhos são teus.
A paixão me ludibriou, mas a madrugada fria me salvou.
Quando me vi assim sem caminho e sem direção,
Minha mente voou no espaço e me atirou em tuas mãos.

Paixão Indecente

Sombra pálida sem raio de luz, era assim que me sentia naquela noite de gozo e culpa.
Meu romantismo sucumbido pela praticidade de tuas palavras insólitas,
Era eu silêncio; tu mistura de explosões e constelações maravilhosas.

Quero presente o que é ausente, um amor que aumente.
Mereço mais que isso, que uma paixão indecente.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Encanto estrelar

Ideal é intímo do subjetivo nesse espaço
Deita aqui e vem vê o real.
Sabes que dói o objetivo do cosmo
Nesta busca em chamas pelo surreal.

Não busco por bem ou mal.
Calando-se e ficando cada dia mais perto
mais perto, mais perto de tua poeira espacial

Um corpo leigo e estreito
Presente no meu recanto.
Cheiro forte de delito
Como o ausente encanto.

Quem disse que não é poesia?
Rimas fracas e pobres não quero
Baladas constantes me atraem.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Caleidoscópica

Um sonho hoje despertou-me diferente
daquela que ontem nem sequer dormira
Sentimento antigo que não é nem bom nem ruim
Nem belo, nem feio... Estou apenas dolorida
Reconheço-me de novo assim: calma e profunda
Treinando o olhar para as belas e duras paisagens
E o mais que faça valer e enternecer uma vida
Não é preciso tentar entender... Apenas deixe-me assim
Em cada célula sentida
E quando achar que me conhece:
Esqueça... Eu já serei outra
Não por que seja promíscua ou louca
Apenas caleidoscópica e viva.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Subversão

Ah meu amigo
tão bom estar assim
abraçados e cumplices
de um tesouro:
O nosso próprio segredo
Livre de padrões e (pre)conceitos
Essa é nossa virtude
e nosso recomeço
Já que a vida é cíclica e é agora
em tempo de florescer.
Não é preciso autorização nem consenso
pois há míopes que gritam:
SUBVERSIVOS!
E sem malícia, livres e ousados
submergimos no olhar
para voltar a superfície
com fôlego novo.
Bastando apenas uma palavra tua
com um simples comando
e te abro um sorriso largo
que simboliza a entrega
da arte e da beleza...
do melhor que há em mim

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Poesia Flutuante

Poesia minha é flutuante,
Ela é direta e ambígua
Simples e gritante
Assim como o amor errante.

Mandacarutron

Maracatu começou...
Gritos ecoam no sertão,
É o sertanejo que não teme dor nem pavor

- Ceará, que Patativa gerou,
não morra embriagado por aquele que o negou.

Om do Sertão

O som que te criou
............Foi música pra noite.
Este som do Universo
Rondou e te formou.

Este som tão belo é um verso
........Veio mais rápido que a luz e
Passou pela caatinga e voou
Deixando mais claro aquele sol amarelo.

Chão seco

Nuvem moderada que insiste em deixar a terra seca
Fécha e fêcha com teus irmãos
E faz póças e pôças neste chão.

Cansei de "inhos"

No meu ladinho
No seu cantinho
Desse jeitinho
Beijando devargazinho.

(...)

-"inho" é coisa lindinha,
mas não combina mais com minha vidinha.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Drummond tinha razão: tinha uma pedra no meio do caminho

"No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho."

- A pedra no meio do caminho que Drummond falou
Era Quixadá que o velho do saco plantou.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Nível Superior

Era um domingo de sol cálido, quase nublado na cidade do Rio de Janeiro, domingo como um outro qualquer, domingo depressivo como todos, já que tudo é deserto e parado ou quase tudo, enfim, era um domingo de final de campeonato e de prova, a primeira de nível superior, para Roberto ou como prefira o leitor, Betinho ou ainda como preferia sua mãe, Beto. Ela o chamava de Beto ou Betinho menos por carinho e mais por não saber chamá-lo de Roberto, aliás nome assaz diferente do local de onde saíra. Sua mãe viu, não leu, certa vez um conjunto de letras num jornal e achara bonito e resolveu que aquele seria o nome de seu filho, desenhou as letras num papel e guardou consigo. A manchete era: “Preso traficante Roberto, vulgo Lelo”. Chega meu caro leitor, porque não vou aqui narrar a história de Betinho, isso não! Não é isso o que quero relatar, isso seria biografia e assim os analistas de plantão farão, perdão o horror da palavra, um perfil sócio-biográfico-psico de Betinho e dirão que escrevo mentiras, isso não.
Como dizia D. Marta, tia de Betinho, de gramática e futebol todo mundo sabe um pouco e Betinho só sabia de futebol uma coisa: time de casa perde ou não perde dá confusão do mesmo jeito. Ele chegara ao local da prova, vizinho ao estádio onde acontecia a final de campeonato, uma hora antes como bem tinha expresso no edital. Chegara de ônibus, outro meio não dispõe. Betinho tinha mais preocupação na hora da saída, culminava com o término do jogo, que propriamente com o concurso. Torcidas eufóricas invadindo as ruas vazias de um domingo e Betinho num ponto de ônibus não era uma combinação agradável de imaginar. Entretanto, algo afastou a mente de Betinho dessas preocupações. Chegando ao local indicado encontrou uma enorme fila de candidatos, foi passando um a um beirando o meio-fio, enquanto caminhava observava também os carros e táxis que paravam e desembargavam mais candidatos e, ele olhava no rosto de cada um e via a mesma coisa: rostos vermelhos devido ao sol, roupas de marca, perfumes gostosos e um jeito de olhar indiferente. Chegou ao final da fila e percebeu que os únicos negros que ali estavam eram ele e os que vendiam lápis e caneta preta para candidatos.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O Livro dos Símbolos

Abro o livro dos símbolos
Com um ar gelado do abrigo,
Mexo nos papéis velhos
Nas folhas meladas pelo tempo.

O livro das miragens
Dos sentimentos puros e selvagens.
Das entranhas de mim
Do cipreste que toca no finito
Da aurora boreal sem fim
Das boas-novas que estão no infinito.

É o livro que fala dos cometas
Das supernovas, asteróides e planetas.
Como uma cadente que raiou
Como a escuridão da Mandala
Que é a mente e nos marcou
Como o Om que a criou.

Este é o livro dos acertos e erros
Sou teu aprendiz e seguidor
Sou teu monge, teu franciscano
És minha luta, sina, dor.
Uma fonte, um arcano
A índua dócil de amor.

Livro dos símbolos e trabuca dos mistérios
Indubitado da grandeza como é o cosmo.
A luz que me guia, desvia e reguia
Viagem em ti pela luz prima
Encontro algas, cores, alegria,
O silêncio do mar e o idílio das ondas fazendo rimas.

Este livro de vento alisado
Que sopra do boreal a austral.
Alísio que faz e desfaz
Que move o mar, o tempo e espalha a paz.
És o tudo e o nada, o dito e não-dito.
Livro que leio, me consome e estar em mim.

domingo, 22 de março de 2009

Pare!

Meus diretores estão bem / Lixo Ministerial está bem / Senado pior que cerrado / Povo sem união e União sem povo em vão / Amazônia cinza vai bem / Meus trabalhadores ganham bem / Ladrão é eleito padrão / Justiça cega culpa cidadão e culpa cega cessou meu pão / Chicão morrendo está bem / Povo sem água vai bem / Sertão não virou mar / Sol quente e terra rachada / Rachada de dor e quente de amor.

sábado, 21 de março de 2009

Outono

Ligações casuais
Gestos banais
Palavras finais
Lágrimas iniciais

Amizade fragilizada
Coração marginalizado
Mente despersonalizada (...)

Com o mundo irrisório
Consigo irritado
Mais um amor desperdiçado

Outono chegou
Minha força me chamou
E meu sorriso brilhou

domingo, 8 de março de 2009

Réplica ao Discurso do Silêncio

Sejam puras, putas e devassas
Venham no passo tímido ou na agitação do carnaval
Seu silêncio é mistério a minha massa.
Devassas, puras e putas
Todas iguais na linha do amor
Se dão demais, se perdem demais, surpreendem demais a minha massa.
Nas tuas palavras não-ditas
Reside a impaciência do meu ser
Putas, devassas e puras que minha massa intriga
E que meu coração respira.

sábado, 7 de março de 2009

Discurso do Silêncio

O discurso do silêncio
fala mais aos atentos
Que as palavras proferidas
Não há canto mais alto
nem com mais verdade ou calor
Sejam santas, putas, puras ou devassas
mesmo as neutras nas lutas, no grito e na dor
O que quer uma mulher?
Vemos na lingua a impossibilidade de dizer tudo
Escute no silêncio,
Nele há um relato de vida e de amor

quinta-feira, 5 de março de 2009

Ilusão

Foi como um jogo de palavras
Foi dito música, verso e poema,
Depois outras mais palavras:
Desejo, carinho, emoção.
E veio ainda mais palavras:
confiança, sedução, esperança.
Continuando veio a descida
E o jogo das palavras menos brandas,
Distância, indiferença, desconstrução.
Enquanto este jogo acabava
Algo estava em construção
Peça feita; verbo não amava.

Terminando a aula

A luz que me guia para casa
Por campos alísios, de vento bom
E tudo me passa
A aula de linguística já saiu do tom.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A Folha

A folha estar em branco
Mas o tempo começa escrever sem fim
A tinta vai caindo e pincelando palavras brandas.
Nada vai me machucar, nada estar em mim
Tudo o que sinto é meu espírito voar.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Noite é luz

Penso quando não havia mais navio
Nem cais havia mais, nem porto havia mais
Mas ainda havia Eu e um resto daquilo que chamam de Amor
Só isto era o bastante p'ra trazer você de volta.
Noites cálidas e ruas descalças foram a inspiração
Minha mente voou e encontrou o meu medo com medo
Foi o ápice da nossa relação.
Depois disto voltamos e encontro portos, cais e navios.
Nada entendo, mas aceito como quem aceita as noites que viram dias
Mas o dia não existe
O que existe é um ceu negro de luz estrelar e no meio silêncio
Então não há nada mais belo que a noite
Foi ela quem me tornou menos triste.

"Feia Freguesia segue a vida"

E mesmo sem saber aonde e nem como vou
Prefiro ficar só, não pensar e, ir andando
Cheguei num ponto de interrogação e torço por se fazer exclamação
Do medo finjo que não me afligi e de quem sou.
Na verdade sigo em silêncio amando,
Me desespero por uma hora ou 30 minutos e, depois minha mente entra em ação
Aí creio que ainda não faço por merecer
Me conscientizo que ainda não tenho nada e que sou só mais um tentando
Outras vezes vejo o quanto já andei por bons caminhos e no espaço o meu ser
A balada do cotidiano me molda p'ra o futuro que estou caminhando.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Noturnas

Uma lua linda, cheia e branca
Surgiu no céu com as estrelas
Atraindo amantes, gatos charmosos
e vidas noturnas, vadias.

Os bares cheios de bêbados comuns
E pessoas que riem e conversam animadamente
Em busca de mil distrações para suas vidas vazias

Enquanto outros insistem em remoer dores e amores
Numa dolorosa e necessária automutilação
Para ressurgirem mais fortes em seguida
E há os que apenas toleram-se educadamente

Assim como os felinos com suas garras afiadas e peles macias...A noite é conciliação de opostos Matendo os corações quentes camuflados em mãos frias.


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

15 Linhas

Começamos com as reticências e terminamos com um ponto final.
Não tivemos nem mesmo tempo de desenvolver
Uma redação de 15 linhas certas em nossas vidas.
E nem os paragrafos desalinhados,
No qual o destino escreveu com letras minusculas e ortografias incertas,
Disse a que gramatica iriamos nos encontrar.
E quantas linhas e letras passaram por nós,
Tao rapidamente que nem lemos nossa propria historia direito,
Aponto de saber o que aconteceu com nós.
Mas mesmo assim, com todas as virgulas e todas as lacunas em mim,
Meu amor, eu ainda escrevo o verbo amar sem errar a conjugação.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Lado...

Lado a lado com este lado,
Ao teu lado era que existia um lado feliz em mim,
O que segurava tua mao.
O outro lado que estava ao lado da triste noite,
Que se encontrava lado a lado com as estrelas,
Vivia de solidão.
Mas agora este lado que é o avesso do teu lado,
É bem melhor do que esta aí ao teu lado,
Bem daquele lado onde este meu lado era feliz.
Estou bem aqui desse lado,
Claro que os meus dois lados agora vivem triste,
Porém, bem melhor ele ficar assim,
Do que ele se envenenar com o orgulho,
Que vive ao lado, bem ao lado,
Do lado de onde eu segurava tua mao.

16 Versos Para Você

Pelo intenso escuro do meu ser,
A tristeza me consome dia-adia,
Enquanto uma lagrima clareia
A obscura saudade.

Pelo meu olhar sem graça
Que encontra o seu aberto a sorrisos,
O ceu me acalma
Com o balançar das nuvens.

Pelo detalhe de nossas ações,
O instante foi o risco nos versos da nossa historia,
E os momentos foram o meu
principal orgulho de te amar.

Por tudo, e talvez por nada
Que estou a rabiscar isso,
Sentindo um profundo sentimento estranho,
A perfeita dor de te amar.

As pedras que são paisagens

Longe demais da estação renovadora
Quando voltar estarei mais velho e menos disposto
Mas todo o tempo será seu, só seu
Aqui estou, e vontade de lá permancer agora
Não sabemos da força que temos
O que será que ela respira agora, será que ela entendeu?

domingo, 18 de janeiro de 2009

MEU FALÁ

Outro dia ouvi dizê

Que o povo do meu sertaum

Num sabia falá

Mas cumé que pode isso

Vamu logo meu amigu

Esse torçu isclaricê

Num istudei in culégiu granfinu

Mas ua coisa li digu

Num mi trocu pur nium dotô

Qui si acha muitu sabidu

Só porqui fala dificiu

Sobe as coisa qui viu nus livru

Num tiro do coraçaum

Eu num sô de complicá

De que adianta fala bunitu

Pra modi ninguéim intendê

Cada um é cada um

E tem o seu valô

E toda linguagi mereci respeitu

Pois ela é parti da identidadi do sugeitu

Seja ele sertanejo ô doto.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Do Nada em Tudo e vice-versa

Nada menos, Nada mais... não ganhamos e nem tampouco perdemos...
Não consigo escrever o que quero, se é que quero,
Quero e não-quero, invento e não me invento, mas não des-invento
Já não precisa explicar Nada, nada, nada.
De tanto Nada aqui que vai já perdi a conta dos que não foram
Mas só quero escrever, escrever... Nada

ESSÊNCIA


Onde estão à ingenuidade de outrora

E a doçura, perdidas?

Com cada dor experimentada

As máscaras encaixadas

E a mente confundida.

Mesmo os poetas mais sábios

E seus poemas mais belos

Sofrem a ação do tempo

Que modela formas,

Cicatriza dores, Marca saudades,

- Amores

Mas se existir uma essência,

Invisível que une passado, presente e futuro,

Sempre que preservada, eterniza.

Essa essência, da doçura e inocência.

É reconhecida em tudo que fica.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Poeta e Bom Malandro

O meu poeta foi o maior sonetista.

Seus temas líricos, sociais e de denúncias

Eram sempre associados

À beleza e a sensibilidade

Verdadeiramente criativas.

Conhecidas são do grande público

Suas letras de música

E sua arte é a história mais recente da poesia.

Foi com seu manejo inteligente

E o encantamento próprio do bom malandro

Que ele conquistou minha simpatia...

Mas essa é só uma leitura particular

De como vejo, meu amado poeta:

Vinicius de Moraes.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Singularidades

Se o padrão é o que é normal

O que lhe foge é anormal, certo?

Mas todos têm singularidades

Idiossincrasias.

Se olharmos de perto

Descobrindo o que é único em cada ser

Veremos que em algum ponto

Todos fogem a esse padrão

De perto ninguém é normal.

Negue o sempre igual

Viva o diferente, viva o insano,

Profano

Ouse mostrar seu anormal.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Piano I

PIANO I

Por onde anda as coisas que sempre pensei em ter,
Que tantas vezes passaram por mim e se foram
Como as chances que tive em poder ter você comigo.
Por onde anda aquela pessoa que sempre me enchia os olhos
Quando com o seu sorriso me fazia ver o inicio de uma boa vida
Ao contrario dos meus sonhos errados que viveram por mim.
Por onde anda aquilo que tinha como por certo minha razão
E que hoje não é nada mais que ilusão fora de época,
Que sempre tenho em minhas mãos quando não posso segurá-las com minhas lágrimas.
Por onde anda aquele sentimento sujo jogado no papel,
Que quando triste imprimia em suas linhas
A verdade de uma dor verdadeira que sempre fingi em nada sentir.
Por onde anda aquele som que me fazia lembrar você,
Que chegavam em mim pelo ventos tontos e cegos
Que buscavam algum lugar para esconder-se.
Por onde anda você que tanto me preenche como também me deixa vazio,
Por onde anda aquele seu sorriso e sonhos tão inocentes
Que por aí estão sendo realizados de maneira tão facil
Que chega a me machucar por você se machucar
Sem saber que estão lhe machucando.
Por onde anda na verdade os meus sorrisos que eram tão presentes em mim
E agora por você, esconde-se por não ter
O mesmo motivo de sorrir novamente.
Por onde anda exatamente você...

Aqui

Doar em si
Morrer em mim
Esta sina que seguimos de cor
Já não faz sentidos.

Teu mundo não é meu
Meu mundo já foi seu
Por isso me despreza tanto
Ilumina o iluminado.

Quanto mais tenho que esperar
Na terra de pedras pela Paulicéia...
Quanto tempo mais?

O relógio gira e sinto tudo aqui,
Bem aqui mais perto de mim
O cheiro seu aqui é amor.

ANTAGONICAS

Razão e Emoção,

Palavras antagônicas,

Que se chocam e nos chocam

Ao habitarem nossas mentes

e coração...

A quem dar ouvido?

Essa é a grande e difícil decisão.

As duas forças falam a nós

Defendendo cada um a sua posição

E não podemos ficar neutros

É preciso optar sem inculpações...

Enquanto isso, só queria ficar quieta.

Aventura

Sabor especial de

Expressão de pensamentos

Libertando um eu

E suas fantasias,

Construindo consciência

Das diversas realidades

Ampliação da sensibilidade

É uma das funções

E poder da aventura

Grandiosa e bela

Do fazer poesia.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Devoção

Ao meu amado

Não nego alguns agrados,

Mas não lhe prometo devoção.


Ao meu querido

Atendo até um pedido,

Mas não me peça que vá pro fogão.


Do bem amado

Sou companheira, mulher fiel,

Mas ele que não queira

Me levar a submissão.


Do meu amigo sou a amante,

Presente até na saudade,

Mas faço da liberdade

A força e a virtude da nossa relação.

Convite

Acabo de receber um convite. Ao aceitá-lo terei total liberdade para mostrar a alma, rasgada, despida de todo e qualquer pudor dispensável.

Contestação, revolta, êxtase, emoção... E a certeza de que “nada é sagrado, tudo pode ser dito”.

Dentre tantas maneiras que podemos ser, as mil e uma faces que podemos assumir, haverá sempre alguma característica constante, algo como uma essência que é preciso preservar.

Mas aí vem uma inquietação e vejo-me questionando. Haverá de fato liberdade total de expressão para esse eu interior e social? Buscarei essa resposta ao longo das edições.

Espero que aceitem o meu convite que diz: Vem pensar e indagar comigo. Até nosso próximo encontro.