sexta-feira, 22 de maio de 2009

Solidão Noturna

Bem perto daquilo que podemos imaginar
Caminha pelo mistério que é andar
Na escuridão da certeza
Na imensidão de observar
As mais longas praias da beleza.

Ela segue marginalizada nos cantos do quarto
Como um bicho ameaçador e descartável
Quando todos só enxergam aquela dor
E ela não se cansa de me dizer que eu não entendo
Aniquila-se e isenta o termo amável.

Sempre falam aquelas sabedorias de gente que não sabe
Sempre dizem que não acontece
Mas acontece o tempo todo em toda parte
Bem perto da gente que passa fome, de gente que não merece
Continua se espalhando como uma peste.

Acho que amanhã vai fazer sol, vai ser quinta-feira
O dia vai acordar com menos ar urbano
Vai dá pra ir à praia e passar na feira
Vê o passeio, andar no centro
Misturar com as pessoas, ser zona sul e suburbano.

Mas quando tem chuva também é bom
Vem molhando tudo e secando a distância entre nós.
Como vou te esquecer?
Tu estás na sala, cozinha, na foto, no som
Um segundo separa de um futuro por merecer

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