quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Um Copo

Meu copo já está cheio
Procuro secá-lo ate o final destas palavras
Nosso caso não tem o "nós" no meio
Há um jeito meu incompetente de amar
Um lado dúbio seu de olhar
E mesmo assim estou na luta
Batendo o cotidiano de suas incoerências
Falando de amor quando devia ser de separação
E o gozo do prazer era o que nos unia
A cama nosso melhor momento da união
De uma casa onde eu não devia
Mas estava sozinho e são palavras
Que nada acrescentam neste caso agora
Por mim encerrado, pois meu copo já secou.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Poema do Desconsolado

Atire a primeira pedra por favor
Quem nunca fez besteira por amor
E ainda disse que tava errado e voltou
Atire a primeira pedra por favor
Quem nunca se feriu com flor
E ainda acredita quando te chamam de meu amor
Atire a primeira pedra por favor
Aquele que não mergulhou na cachaça e chorou
Lamentando o partir e de louco seu amor implorou.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Minha Voz

Minha voz ecoa, passa pelas pedras e voa por cima dos rios e lagos
E me entenda por favor que sou uma pessoa direta, contundente
Veja que minha voz treme e meu corpo pulsa de força de amar
Nao me entenda errado e nem se esconda, a minha voz vai longe, muito longe
Se estou certo, errado, sofrer ou nao sofrer isso é risco que mergulho fundo
No que desejo e sinto, aquilo que não suporta em mim e explode em gozo de palavras
Numa corrida de uma batida e pulsar do coracão, num atropelo de palavras
Não há quem dizer que não vivo o momento, a intensidade, o instante presente.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Boa-Nova

Com poesia e sorriso chegou
Soltando versos animou
Ao som da roda de amigos
Celebrando a vida voa.

domingo, 21 de novembro de 2010

Poema Ridículo

Pensar o quê do eu?
Por que pensar o eu?
Não é egoísmo?
Não é suicídio não pensar?

Passa carro, sai carro, entra gente
Entra dias e meses, anos, séculos
Que não me faz pensar em nada
Do que já foi pensado, repaginado...

Até mesmo quem canta o novo
O faz pelo o velho de novo
É tanta fala, tanta asneira
Que temos que engolir por aqui

Dizer que já não suporto é bobeira
Porque suporto sim esse cheiro de ralo barato
O que é cheiro de ralo barato meu Deus?
É dessa escrita que falo e espalho...

Mesmo sem dizer não, sem gostar
O mais engraçado são os que analisam
Colocam o par de botas no mundo que anda torto
Mas elegante soltando alguns nomes e frases de fora

Quanta eloquência deste poema safado
Quantos poetas novos mortos
E os poetas do passado? são do passado
E os analistas? são do futuro do pretérito...

Há muito manuscrito sem ser escrito
Há muito escrito sem espírito
De onde vem é requisto para ser lido
Mesmo sem ser correspondido é ouvido

Ah que poema ridículo.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Desarmonia

Ah, o imaginário...
Sem ele que graça
o mundo teria?

No fundo a vida não passa disso,
Um mistério embotado por um véu
e nossa própria fantasia.

Uma leitura do mundo
a partir dos conceitos internalizados,
definindo padrões de pensamento,
reproduzindo ações como resultado.

Cada ser em busca do seu tom;
nem sempre estamos em perfeita harmonia.
Nesses momentos o mundo fica em (des)concerto,
E nós, desafinados... Mais nada.

sábado, 6 de novembro de 2010

A Luz

É a melhor dor que se sente
É mistério que não há de se desvendar
É sorriso no choro
E choro no sorriso
É perdoar sem ser perdoado
É ser perdoado sem saber o que é perdoar
É se iludir de planos e sonhos
É sonhar e refazer  os planos e sonhos
Só pra lembrar quanto vale o amor
É ausentar-se de si por outro
É dizer o que não é dizer
É amar no silêncio
O amor é transpor o inimaginável
É correr pra viver um dia
Uma hora, um minuto do outro
É sorrir sem ter do que sorrir
E chorar sem ter por que chorar
Cantar sem saber cantar
Explodir em gozo de alegria
É o encanto de andar junto
A simplicidade de atravessar a cidade pra te encontrar
São os lugares por onde passou
É a paz depois do longo caminho
Poderia ficar a eternidade a falar de ti
E mesmo assim não teria fim
Acabariam as palavras pra falar de ti
E mesmo assim você não terá fim
O que tem fim é a carne
A luz que tu faz chegar não para.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Canto Solitário

Alguém foi feliz quando houve sorrisos e um casamento ao luar
Ali estavam corpo e alma que voavam além do capaz
Eu lembro dos planos e ideias de um lugar
Ali se tinha o melhor do que a paz
Lembre-se com carinho de mim
De tudo não ficou nada porque não existe o nada
O que ficou não me faz tanto bem assim
Sem querer me lembrar me lembro caio na cilada
Busco em outros braços o fim do desespero
Me rasgo em pedaços falsos pra nascer de novo
Não me faço em astro mas me vejo no espelho
Uma alma forte sem casa sem lugar sem nada de novo
Me espanta este canto escuro em meio a luz
Se uso português errado pronomes fora de lugar
Adjetivos melosos é que me sinto santo sem cruz
E não me diga que sente pois isso não vai mudar
O que conforta é a impureza do meu andar
Não valho nada sei me diz o dono do mistério

sábado, 23 de outubro de 2010

Malabarismo Verbal

Malabarismo de palavras, por um triz na semântica
E quem vai dizer que entendeu isso?
E não importa entender
Importa?
Levar a palavra talhada, entalada
Na garganta sem gritar
Como enlatada estivesse
Não, definitivamente não importa entender
Só quero gritar, gritar a palavra
Gritar os palavrões que lhe caem bem
Só quero falar, gritar, pra andar.

domingo, 17 de outubro de 2010

Estética

Casa. Alegria. Saudade. Caminho. Loucura. Realidade?
De onde escreve. Quem é. Classe. Estética?
Neorealismo. Regionalismo. Nacionalismo. Poesia?
Real. Individual. Maracatu. Urbano. Poeta?
Ando cansado de tanto ponto
Tanta palavra por palavra
Tanto realismo de classe
De Nacionalismo individual
De palavrão também cansei
Do regionalismo de mentira
Do universal que aliena
De quem escreve , de onde escreve e vira poesia
Chega, não compreendo meu tempo.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Escrever é trabalho

Ando ocioso, ando calado, desinibido
Escrever requer ociosidade entalado
Trabalhar o ócio nada óbvio
Se ando não tô parado
Se escrevo não é ócio
O que faço é ideológico
Então não me digas o preço do relógio
Pois sabes que não cultivo ócio.

domingo, 10 de outubro de 2010

Que Voe Mais Alto

Há tanto tempo não me via
Na mistura de identidades
Buscava um reencontro com o que havia.

Tendo em mim diversas cidades
Sem crer numa verdade
Não podia pensar no infinito.
Nada mudava senão as idades
Agora que voe mais alto
Contemplando a simplicidade
Entender sem pensar, só sentir.

Glória ao sorriso.

sábado, 2 de outubro de 2010

Meu Bem

Ah meu bem que tanto bem
Ah meu bem onde sou bem
Ah meu bem de onde vem
Ah meu bem sem porém.

La na estrada da saudade vem meu bem
A bordo de outra viagem parto sem ninguém
Minha maria meu bem
Me diz sou o rei do teu bem.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Desespero

Eu tive o que há de bom neste mundo
Ninguém pode dizer o que senti
Não foi deste mundo, não foi daqui
Tenho uma canção de amor em mim
Que tanto desespero me levou
A grande mágoa do meu amor
Como ando cansado de mim
Como ando cansado dos meus erros
Estou morrendo por desespero.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Aparências

Existe maldade no mundo
Existe gente má no mundo
Falta amor
E me sobra falta de dinheiro.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Paz de Espírito

Eu sou do lago de lá
Perto do mar de cá
Na verdade cansei da teoria
Parti pra praticidade da poesia
E como me quebrei em vários
Correndo as estradas de sol
Já sei o que é crescer
Mas acho que você não sabe ver
E quando gritei de dor e amor
Acho que você não entendeu a beleza da flor
Vamos vivendo sem o gosto do dia
Que estava presente nos olhos que via
Acho que você não quis entender
O que é viver
O que fazer é uma pergunta sem resposta
Mas não precisamos de respostas
Nem de apostas
Precisamos da paz de espírito

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Celeste

Esse poema é so pra dizer que não teve o que sentir
Passou agosto e ganhei uma prece e fiz uma oração
Cantei pro sonho acontecer numa oração
Vi a beleza da vida e posso dizer o que é sentir.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Duas Mãos

Você mentiu, disse não querer me ferir
Querendo acreditar eu permiti, mas não me perdi
Vou chorar essa dor, até secar a parte que era você
E desfazer o que achei, um dia ser amor.

Vi no meu mundo se instalar
uma idéia de beleza e ternura,
que tolice, era pura fantasia.

Agora em volta tudo é deserto,
mas em tempo breve, ficará tudo certo
Secadas as lágrimas serei de novo liberta
e te retribuirei com a pior das moedas:
um altivo obrigada e minha sincera indiferença!

É preciso mudar,
renovar que seja enfim
E que esteja sem medo de falar
Vejo no meu mundo uma esperança,
fruto de uma mudança
Todo recomeço antecede um fim.

por: chico arruda e natália braga

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Tributo à Vida

Não sei se corro ou ando na vida
Tudo me vem que desejo
Não sei se sou eu o errado ou o tempo das coisas
Canto glória o que na força do amor almejo

A minha luz é cercada de sombras
Ou serei eu mal iluminado pela fonte
Talvez só seja eu um reclamão casmurro
De qualquer forma faço da dor meu escudo

Não sei do que me protejo
Mas bate forte no metal
Talvez agora seja a ajuda que preciso
E que me leve de fato ao final

Sendo bom ou ruim é o fim
Se ruim fico mal de mim
Se bom não quero que termine logo
Peço ao tempo mais tempo ante ao fim

E me pergunto se podem me roubar a felicidade
Se não depende da minha ordem
Ela permanecer aqui até mudar de idade
O que estou a fazer da minha felicidade

É pura distorção do corpo
A alma que não se encaixa
É coração que não tem medo de errar
Luz que só quer brilhar

Não sei pra quê tantas dúvidas e respostas
Se duvidar já é não saber a pergunta
Se o bom de viver é dar perguntas as respostas
Tocar na vida só o que importa.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Pai, Filho, Espírito

Ontem era filho
Hoje é pai
Sempre espírito
Meu filho que sou sem ser pai?
Meu pai que sou sem ser filho?
Estou com saudade de vocês
Meu pai não vem de mim
Meu filho é meu pai duas vezes
Meu espírito está com vocês
Meu pai, meu filho
Eu, tudo, enfim
Meu espírito sempre teu.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Quando o mundo silencia

Recebo-te como ao velho amigo
Que retorna de uma longa viagem
Abro as portas de casa e do meu saudoso
e amedrontado coração.

A sua chegada já tão desejada e esperada
Traz consigo o fantasma dos mal entendidos
E os motivos de nossa mais recente separação.

Sinto (ou criei?) isso de haver em nós
Um vínculo especial e invisível,
Que resiste ao tempo e nossos receios.
E assim, me recuso a acreditar
Ser isso apenas ilusão ou desejo.

Sabemo-nos cúmplices
de nossa própria humanidade
acertos e erros.

Somos piada e dor, sombra e clarão,
Amantes da noite,
Quando o mundo silencia

É nessas horas caladas em que
Torno-me menos endurecida.
Afrouxo as amarras do peito e
Desejo ter de novo, tua presença,
Tua mão amiga e minha cabeça em teu peito.

sábado, 24 de julho de 2010

Oração

Eu tenho um coração
Que chama por uma força
Que alguns chamam de fé
Eu tenho um coração
E um pedido na mão
Eu tenho um coração
Eu tenho fé
E uma oração.

Esperando

Eu não me acostumei com a falta do teu olhar
Eu não me refiz de lá pra cá
Guardei todas as belas palavras pra ti
Já não pertenço mais aqui
Tenho medo do mundo que vai vir
Agora não estou andando nada bem
Esperando a noite pra dormir.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Força Vital

Chega de se dar, de se envolver, de se iludir
Se o brilho dessa história
Já não quer mais prosseguir
Chega de se prender, de se envolver, se amargurar
Não foi por não querer
O brilho desse olhar
Me deu tudo de amar
E por muito tempo esperei o tempo certo
Sem saber que o tempo certo
É o momento do instante
Não deixo de estar certa
Mas bastante incerta
Quanto a não te querer
Minha força vital
Move meus passos
Sonho de mim
Momento em que sinto
Sua importância na minha vida real
E não estou louca, porque sei
Que você sabe o que é o amar.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Da Saudade

A saudade é um sentimento bom
que aquece os corações,
alimenta as esperanças,
renova os compromissos,
mas também dói,
adia a tão esperada volta,
deixa o coração inquieto,
a alma dolorida de amor a pedir mais,
faz subir ladeira e morro
como descida de serra fosse,
a saudade é o que me mata,
me corrói,
me nutri de amor
que só de pensar em vê-la
me sinto maior.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Outra Vida

Por trás da existência
Vou ver seu sorriso
Lindo, para sempre permanente
Nem mesmo naquele momento estarei ausente
E toda dor não vai existir
Todo mal fruto da minha mão
Irá se transformar em emoção
De um tempo de onde tive que partir
Irei embora pra novamente nascer
Reencontrar você pela força do desejo
E poder merecer
Todos os momentos que almejo.

terça-feira, 29 de junho de 2010

É a Vida

Essa sucessão de dias e noites
É um absurdo que me diz todo dia
Que estou vivo, morto para alguns
Estranho para outros, esquecido para tantos.

É uma sucessão de acontecimentos
Em que não há rima perfeita
Mas existe encadeamento, em que sou o líder
Dos meus próprios erros e acertos.

Ela é sublime e assustadora também
Quando penso que acabou, apenas começou
E quando começa passa tão rápido o sim
Mas ainda sim não é o fim.

Hoje então nem ilusão de perfeita tens
Perdão é uma virtude dos nobres
Que cultivam amando ao espírito descrente
Não se esconda de mim.

Sabe essa vida não vai ser
E meus momentos não serão os mesmos
Nem minhas lágrimas serão
Dedico tempo e juventude no que acredito
Não me arrependo vida
Mas confesso que estou com medo.

sábado, 26 de junho de 2010

Neste tempo

Tempo sempre esteve presente
De tanto tempo se tornou ausente
E não está mais em minhas mãos
Escrever a letra desta canção
Quando você foi embora
Estranhos são os dias após aquela hora
Meu mundo não caiu
Mas não aceitou você partiu
Meu espírito mais triste ficou
Num plano diverso ele te reencontrou
E uma vida a mais longe do amor
A esperar você noutra vida sem tanta dor
Quero que seja nesta vida pra sempre meu amor.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Simples

É sempre o mesmo fim
Quase um amor, uma paixão
Tudo se encerra em mim
Na mais bela e intensa ilusão.

Ontem contei meus erros
E foram maiores que meu coração
Não superar desesperos
Esquinas mais de um milhão.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Morri

Eu morri,
Morri por volta das dezenove horas de um domingo qualquer
Foi uma morte dolorida, suja, mentirosa, nua
Uma louca despedida do corpo de onde fui arrematado
Para um outro mundo de onde escrevo agora
Não sou Brás Cubas, nem comparem por favor,
Estou mais para Lima no cemitério dos vivos
Ou um Baudelaire de flores nas mãos
Mas não estou mais entre vós
Estou aqui num espaço diferente
Num mundo distante sem coração
Ah.... meu coração que tanto amou na vida
Suspirou, apertou, iludiu e se iludiu
Mas amou, mas aqui ele não me serve de nada
Por isso não o quero mais
Quando morri ninguém percebeu, ninguém viu
Nem mesmo o tempo viu
Dois dias depois da minha morte fui
Me achar no tempo dos vivos como zumbi
E no meu quintal parou uma nave
Que me salvou da morte animal
Que é aquela que continua matando todo dia
Eu morri,
Morri para o meu mundo concreto
Para o meu jeito certo
De quem acha que a felicidade não é estado
Para aquele que acredita que perdão é amor
Perdão é a ausência de amor
Morri,
Pra nascer de novo
Viver de novo
Amar de novo
Mais forte ainda, com mais desejo ainda
Sonhar, crer na felicidade de novo
Nasço hoje às vinte horas de uma segunda-feira
.
.
.
Nasci...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Esquina

Dobrando a esquina lá vem mais um
Que não sabe quantas curvas já foram
No caminho dos desnudos.
E "vivem" nas ruas e grandes avenidas
E nem mesmo assim são vistos na vida
Ele dobrou a esquina e suspirou
Não pela dor da caminhada
Nem pelos problemas alcançados
Foi por ver o sol nascer e morrer todo dia
Que o ilumina alheia a sua vontade
Assim se sente mais homem, menos inútil
Para mendigar e contar com a boa vontade.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Central do Brasil

É ceifado o Homem trabalhador
Que plantou, irrigou, esperou, colheu
Mas ao final foi o único que não comeu.
Um corpo, matéria sem alma, sem dor
Ao pó voltará, talvez vire farinha de comer
Sem nutriente pra alimentar tanta gente
Espalhada pelas centrais do Brasil mendigando viver.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Minha Pressa

Passam dias, meses e até anos e não vai saber entender que não há como subir sozinho/ Passa mulheres de amor, de dia, de dor e não quer seguir sozinho, mas não deixa ninguém no ninho/ Vem do trabalho confuso, atrapalhado achando poder com o mundo nos ombros/ E faz tempo que a gente não se vê, quando sinto o vento lembro de você/ E hoje nada me completa que não seja você, noites de calor, de tempo parado, clima sufocado/ Oh meu bem! fiquei estático num dia de sol sem você.

Um olhar, um batom, sou teu
e me perco em você
numa boca linda a me chamar de meu
um sorriso, um som, sou teu
soltando palavras, se entregando
a dizer entende "meu"
um andar, um tom que me conquista
um perfume, um jeito só seu
de me dizer sou sua.

Enquanto todos dormem o professor-eletricista faz da dor uma mentira/ E a saudade que ficou da vida não impede a subida/ E a dor não saiu, mas não me feriu/ E hoje nada me completa que não seja você, noites de calor, de tempo parado, clima sufocado/ Oh meu bem! fico estático perto de você.


Oh meu bem me aceita que to te amando
me beija que o tempo tá passando
não há nada nesta vida que não seja viver
sem tempo pra temer
ouvi você dizer
sou sua, só sua
sem ser crua
não necessariamente nua.
 
 
 

domingo, 11 de abril de 2010

Silêncio

E o que tenho nesse momento
é o meu olhar atento
A espera de um chão
Quem vai mudar a casa
a lógica que nos separa
quem vai mudar o não
Quem vai tranformar o fogo
Quem vai virar o jogo
Recomeçar é a recompensa.

Aqui nesse momento
o meu olhar distante
em busca de um cais
O final da festa
O caos que nos resta
A glória que acerta
A esperança numa prece
É o que me tece
O milagre alçançado
O espaço do acaso
A lógica do não
O choro na escuridão
O riso do possível.

Sigo calado
em silêncio
Sem ser notado
Com carinho guardado
Expresso em versos
A ordem no absurdo
O desastre que chega
O instante do veja
O amor no pensamento
A alma, sentimento
A lógica que chega
O momento do sim
A loucura da paixão
É o que tenho na mão.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Cursor

O cursor na minha tela
solta letras que vão se juntando
e mais de mil palavras formando
o cursor na minha tela
só não deixa espaço
para palavras belas
este cursor safado na minha tela
só quer formar palavras
que rimam com ela
cursor desvairado na minha tela
que insiste em vomitar palavras
que me lembram tu amavas
cursor de boca suja na tela
que nada diz na composição
se ao menos saísse uma canção
mas que cursor chato na tela
o que tu quer é encher a minha paciência
se ao menos saísse algo interessante
cursor desgraçado na minha tela
que me parece sorri e insistir
a formar palavras que lembram ela
cursor da minha tela sinto muito
aliás sinto nada, mas irei deixar
você para outro babaca apaixonado
e voltar pra caneta já que com ela
eu controlo, rabisco, apago, risco
mas mesmo assim ainda falar dela.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Desce mais uma rodada

Hoje acho que vai chover
E ventar forte molhando o corta-luz
Vamos para sala ver tevê
E contar história se faltar luz.

Não consigo esquecer
E insisto em todo dia dormir tarde
Mas você foi embora, morar em marte
E acho que estou querendo demais.

E a felicidade pra onde foi que não me comunicou
Quem lhe disse que pode sair?
Quem me disse que posso impedir?
E quem vai transformar a dor em superação

E quando dois lados derem a mão
Sem caminho, sem direção, minha amiga
Será tarde demais pra perceber
Que já fui embora no infinito

E meu desejo não vai ser seu princípio
Sem curvas, sem riscos
Caminhada calma, sem perigo
Desce mais uma rodada.

sábado, 27 de março de 2010

Da Escrita

E enquanto você vai me escrevendo, me vendo
me sentindo, me tomando, andando, saltando
vai também sendo tomado, animado, isolado,
confessado, desajustado, incontrolado, soldado.
Uma confusão de emoções sem nitidez
tal qual quando o sinal da antena cai
e tampa a visão que já era turva
e agora já te mostra sem timidez

Mas ninguém disse que ia ser fácil
ninguém falou que você ia perder
ninguém disse que você ia ganhar

Sua letra descompassada, garranchada
não condiz com o homem que se formou
mas retrata por que escreve tanto
por que não fala tanto, por que só fala com tantos
por que fala quando não há tanto
e é aí que você me toma sem licença, sem pudor
e faz do meu uso um mundo sem se expor.

domingo, 21 de março de 2010

Emoção Fácil

Ah como é lindo o Amor
E como é feio falar de pedra
Tosca, umas sem cor, outras cinzas,
Bom é mesmo é quando se tem
Paixão, saudade e tristeza.
Que horrível é falar de disco voador
Meu Deus, o que é isso meu filho?
Dizer de carros, prédios, burros, marcianos
Sem rima e sem sina,
Mas bom mesmo era quando
Só tinha tristeza e saudade,
Aquele que ia pela garoa
Fazia das ondas uma inspiração
Sem precisar de internet sem fio
Falava e cantava das cousas
Que vinham direto do coração
Por meio da artéria aorta.
E nesse momento,
Onde a emoção fácil
Parece que não passou,
E a palavra sussurou
O caos do pensamento,
É o que me interessa.

domingo, 7 de março de 2010

Feliz

Depois de quase um mês saí de novo
Viajei pelos becos da cidade baixa
Mergulhei nas vitrines da cidade nova
Fui prá lá das paisagens além-quarto
Foram dias estranhos, e voou
É uma certa incerteza que ficou
Um fogo ingênuo que apagou
Após um dia e umas semanas
Ficou eu, e somente eu
Só pra dizer o tanto que gosto
E saber que sou meu
Depois desses dias que eram
Eu e eu mesmo inertes no mundo
Nada percebi, nada entendi,
Nada vi, nada quis, de nada sorri
E me lembrei muito bem
De quando ia pra velha estação
Seguindo os trilhos e olhando os trens
Sem saber o porquê da alegria da situação
E veio a partida
Mais rápida e feroz
Que a necessidade de ir
E vai seguir a subida
Dolorosa e penosa até aqui.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Todo Dia

Quem me disse que não?
Quem foi que te deu não?
Eles te usam
Eles me insultam.

Correndo o mundo em segundos
Te vejo mergulhar
Em ondas gigantes de saudades
Sem querer renovar os assuntos.

Tou me lembrando do que tenho pra conquistar
E tou correndo todo dia
Sem parar, sem poder parar, sem querer parar.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Tchau

Ela me disse que não ia ficar
Ela me disse adeus
Quem foi que me disse dela?
Quem me viu ao seu lado?
Ainda há estrada para andar
É preciso saber amar.

Essa saudade já conheço bem
Um amor feito de amizade
Em que p'ra outra parte não faz bem
E porque era ensaio p'ra um
Era encenação pro outro.

E o dia vai acabando
Sem risos e canção
Como na curva cambaleando
Segue quase uma síncope no peito
E a noite vai terminando.

Tudo é tempo, tempo é tudo
E mesmo creio não sofrer tanto assim
E porque é coração, não se acaba
É bater mais forte de novo
Por outro alguém.

E quando acontecer não, não vou saber
E onde acontecerá, não
Não saberei, não sabemos
Um sentimento é jogado no peito
De alguém, p'ra alguém.

Um amor imperfeito
Traz à luz sentimentos tolos
São sonhos, planos perfeitos
Erámos amigos, fomos unidos
Somos só um, agora amigos.

Que me traga o sol nessa tarde,
Seu corpo belo pros meus olhos
Que seja agora uma flor do meu alarde
Minha bela amiga, mais uma noite
Em que não vou beijar seus lábios.

Que as ruas daquele lugar
Falem a outros casais agora, lembrem
Da nossa respiração, separação
As noites desse lugar
Ainda nos procuram ali na multidão.

Que fiquem nossos passos tímidos
Naquelas ruas, marcados na lua
E sigamos pela vida, as esquinas não terminaram
Ainda há um asfalto de gente
Pra mim e você sem esquecer o que sente.

E mesmo assim creio ir bem
Do seu nome ia sair um samba
Mas não sei fazer samba, nem você é bamba
E mesmo assim creio ir bem
A gente sempre gosta de alguém.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

É Carnaval

É carnaval, é carnaval
No país do futebol e futsal
É carnaval, é carnaval
No país do pré-sal
É carnaval, é carnaval
Tiro minha fantasia de animal.

Eu faço o que não quero
Só faço o que quer
Mas é carnaval, é carnaval
Vou me jogar na avenida
Beijar as mulheres
Viver uma outra vida.

Opiniões

Quando tudo me vem ao contrário
É uma saída que está mais a frente
Quando tudo é dor
É a dor sentida que me fará mais forte adiante
Quando tudo não vem
É que algo de bom vem
Quando tudo é chuva
É que o sol anda muito quente pra mim

Não vou me deixar
Que me julguem errado
Mas não vou
Me perder por
Opiniões de terceiros
E aceitarei o que virá
Sendo o que preciso ser
Nem vou me machucar.

Desejo

Fácil ver um caso acabar
Quando não envolvido estar
Eu vejo tudo indo pelo ralo
Eu vejo você ficando em paz
Eu me vejo perdendo meu espaço
Quem me ver não diz
Que possa ter terminado
"E hoje em dia como é
que se diz eu te amo?"

Quero atravessar este tempo
de desprezo, me enfrentar no
Escuro dos meus desejos

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Assim Eu Vou

Eu andei fora uns meses
Andei por caminhos verticais
Pulei nas estradas horizontais
Eu andei fora uns dias.

Passei por frio e ruas estreitas
Bebi as piores bebidas quentes
Me esquentei no sol ardente
Eu andei fora uns dias.

Corri ao lado do sol
Andei vivendo o mesmo dia
Antes que esse dia se torne outro dia

Agora que estou aqui
Não tenho planos
Segue meus anos

E vou deixar a vida ser o que ela for
Lutando pra ser, assim eu vou.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Momento

Pode ser alguém, só não pode ser ninguém
Mas não me deixe aqui sem amor
Faríamos uma casa do vazio
Faríamos da tristeza um show
Faríamos....mas não fizemos.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Passos

Vou parando de escrever
Pois nem Academia me quer
Vou tentar de novo, uma nova poesia fazer
E se não der Milton, vou sofrer
Tudo por aqui tem gosto de azia
Nas ruas viciados com suas manias
Nas manhãs o sol de soberania
Que não me enche a barriga vazia.
Já parei de escrever Academia
Já parei de gritar a sua epidemia
Nem me ouviram, simpatia
Vou parando, pra você amor de tia.
Hoje me bateu o viver
Foi na derrota ao amanhecer
Muito tinha pra dizer
Mas pouco ficou na estrada
Há muito que viver
E deste sonhos quebrados e levados
Hoje me faço, a cada dia me faço
Pra não cair com minhas derrotas
Vou seguindo o passo, passo, aço.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

la vida

Pagar conta, fazer conta, fazer filho, ter família
Ter casa, esposa, cachorro e umas flores pra cuidar
Não ter dinheiro, cama, mulher e nem carro
Escrever, estudar, não ter onde morar.

A parte que me cabe nunca foi minha
Mas venho pra justificar e gritar pelo o que é meu
A parte que não me cabe parece ser cotidiano
Não adianta escrever, gritar ou chorar, esse mundo já morreu.

Travessia

Amanhã o que importa?
Ontem o que importa?
Se só tenho hoje para viver,
Para sofrer, pagar as contas, ouvir as velhas músicas
Ser mil em um ou não ser nenhum.