sexta-feira, 24 de abril de 2009

O Livro dos Símbolos

Abro o livro dos símbolos
Com um ar gelado do abrigo,
Mexo nos papéis velhos
Nas folhas meladas pelo tempo.

O livro das miragens
Dos sentimentos puros e selvagens.
Das entranhas de mim
Do cipreste que toca no finito
Da aurora boreal sem fim
Das boas-novas que estão no infinito.

É o livro que fala dos cometas
Das supernovas, asteróides e planetas.
Como uma cadente que raiou
Como a escuridão da Mandala
Que é a mente e nos marcou
Como o Om que a criou.

Este é o livro dos acertos e erros
Sou teu aprendiz e seguidor
Sou teu monge, teu franciscano
És minha luta, sina, dor.
Uma fonte, um arcano
A índua dócil de amor.

Livro dos símbolos e trabuca dos mistérios
Indubitado da grandeza como é o cosmo.
A luz que me guia, desvia e reguia
Viagem em ti pela luz prima
Encontro algas, cores, alegria,
O silêncio do mar e o idílio das ondas fazendo rimas.

Este livro de vento alisado
Que sopra do boreal a austral.
Alísio que faz e desfaz
Que move o mar, o tempo e espalha a paz.
És o tudo e o nada, o dito e não-dito.
Livro que leio, me consome e estar em mim.