Ônibus caro de cada dia...
Há muita coisa no Rio de Janeiro que ainda não sei como se pode passar, isto só para não falar do nosso país, tão grande e vasto de cultos, crenças, raças, que ainda não se entendeu como povo apesar dos caminhos feitos, por vezes não tão suados e santos, na busca de uma identidade. E quem disse que tem de ser santo? Não, definitivamente não irei meter os santos aqui. Procura-se sim uma identidade no país dos bruzundangas, não sou entendedor do caso, porém creio a busca ser tão desnecessária quando já se tem em nossas ventas o que é ser brasileiro. Será preciso aqui escrever da miséria do cotidiano, das promessas políticas, das visitas nas favelas, das hipocrisias midiáticas, dos discursos que propagam uma ideia sem ideologia, sendo está já uma ideologia, das escolhas que os miseráveis pensar em ser-las deles, mas não o são, será preciso falar disso tudo? Creio isto ser o suficiente para saber o que é ser brasileiro, mas calma porque temos sim coisas boas, só não são boas para os brasileiros, depois de Obama afirmar poder fazer a mesma ação que fez no Paquistão em qualquer país do mundo tenho medo em pensar na nossa Defesa. Mas não vim falar do Brasil, desculpe-me o alongamento textual, coisa de miserável brasileiro sem dinheiro e escrever passa a ser terapia e tenho que aproveitar, ainda tenho caneta, já paga, pelo menos isso não me vão cobrar. Não entendo como uma cidade dita maravilhosa, de povo maravilhoso pode aceitar políticos tão descarados com o dinheiro público, há aqui uma prática muita costumeira no Brasil, melhor fingi não ver para melhor passar. Os Jettas foram o último golpe contra o povo, os vereadores alegam ter necessidade para o trabalho, concordo é necessário um meio de locomoção já que ao longo do tempo fizeram tanta marginalidade (que fique bem claro aqui que me refiro à questão distância quando se tem como referência o centro do Rio) que ir de Campo Grande para o Centro do Rio é uma odisséia, Av. Brasil nos assusta e honra muito bem o nome que tem. Mas é muita hipocrisia cada vereador ter um Jetta, carro nada popular e se dispensa aqui os seus acessórios, para ir “trabalhar” enquanto a passagem dos ônibus, sempre lotados, e do metrô aumentam, peço licença aos sociólogos para fazer a pergunta, não há aqui paradoxo? Ou só é omissão com o povo? Entretanto desta vez a população ganhou, o dinheiro dos Jettas será devolvido, mas para onde irá não se sabe, talvez um Bora, Civic, Hilux... Se me permitem tenho uma sugestão: se os nobres vereadores alegaram a compra milionária dos carros por motivo de trabalho, nada mais justo à população carioca também gozar deste direito e por isso sugiro que os caciques de paletó irem de ônibus e metrô, e cada carioca ganhe um Jetta, um Bora ou uma Hillux e com combustível porque esse também está muito caro. Melhor parar por aqui a tinta da caneta pode acabar e aí passarei a pagar para escrever.
Ilha do Governador, 23-05-2011