domingo, 6 de novembro de 2011

Boa menina

Às vezes eu penso sobre o que as pessoas esperam de mim

O que esperam como comportamento de uma boa garota?

Seria eu uma boa garota? Bem, se ser uma "boa garota" significa calar
meus sentimentos, desejos, dúvidas, questionamentos e tudo o mais que fala mais
alto em mim... Eu não sei se consigo, por que acima de tudo não sei nem se é
isso que eu deva querer.


Talvez fosse mais fácil, ser a tal boa menina, seguindo o roteiro padrão, mas
me pergunto se eu seria mais feliz... Penso que não.

Como é bom sentir cada célula do seu corpo vibrar... É assim que eu me sinto
quando estou VIVA, embora não possamos esquecer: Há sempre os preços a pagar...
(alguns altos demais, estamos dispostos?) Ás vezes a gente também se queima...

Julgamentos me parecem cada vez mais pobres e dispensáveis, pois em geral se
baseiam em uma visão particular sobre algo ou alguém (detentor de toda a
verdade?)


Ao pensar assim estaria eu sendo omissa e/ou permissiva demais? Temo ser cruel
com outro ser humano, pois muitas vezes me feriram mesmo sem saber. Quantas
vezes eu o terei feito também? Provavelmente inúmeras. Afinal, todos já fomos
atingidos de alguma maneira. Penso em Vinicius de Moraes que em uma de suas inúmeras canções nos disse: “Quem semeia
vento, diz a razão colhe sempre tempestade.”

Se houvesse uma fonte dos desejos diante de mim agora, faria um
único pedido: Não nos deixemos atingir mutuamente!

bjos de amor!


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Destruir

Nas madrugadas anunciadas
é chegada a hora de andar
a estrada trazida pelo amanhecer
não pode ser negada
caminhar sem medo de partir
sem saber o que há na estrada
até outras madrugadas fatigadas
é a terra que há de engolir
e a noite chegou
sozinho estou no caminho
não espero alvorecer
nem quero
a noite é silêncio-reflexão
vou buscar nela viver
o presente nada mais
o negro céu deixa minha voz voar
rasgar o manto negro
e evolui meu espiríto
mas quando o dia vier
é preciso não ter desperdiçado a noite
abandonar a covardia
encará-lo altivo
e renovar-se na noite seguinte
não quero a razão
quero meu copo vazio

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Ridículo, Bonito

Sorriso seu pra me animar
Me sinto flutuar
Em versos romantizados demais
Ridículo demais
Me sinto no ar
Rápido a me levar
O vento não quer cessar
Como a admirar o quadro de arte
Que vejo em cores claras a pular
Não tem explicação
Nem deve ter
Pra ficar a andar no ar.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Andar, parar

A tarde não estava nada bem
meu dedos doem, meu corpo dói
acho que não ando nada bem
minha vida me repete isso
meus olhos doem
meus joelhos não são os mesmos
acho que nada vai bem
o banco me repete isso
meus braços pesam
minha cabeça explode
meu estômago ronca
acho que não estou bem
a vida me repete isso

Resposta

Palavras não vão me dizer nada
Que eu não saiba
A cachaça também não vai,
Só vai repetir a angústia da vida.

O que não sei, fica em mim
Vai por aí na peleja da subida
Desesperado pelo fim
Na ânsia de resposta viva.




sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Conhecer

Mesmo com todas as dificuldades
Conhecer ainda é renascer
Cegos, ignorantes das possibilidades
Privam-se de viver.

Como temer a Deus se ele é só amor?
E há vida, e há cor.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

vinte e sete

Me sinto só
enclausurado em mim mesmo
se os sonhos, só sonhos foram
se nada consegui, tudo inútil
meu caminho gigante, agora fútil
não quero reclamar, se lamentar
parece caso de quem não lutou
mas lutei, luto, me culpo
agora sou só um vulto
alma a pairar no espaço urbano
em que me encontro a me torturar
as letras não me levaram
para a morada celestial
elas me deram a literatura
que assusta o real
no mundo dos imortais
aos olhos dos outros nada sou
não sei o que virá, felicidade
é estado de espírito
o meu pelo menos sabe o que sou
nada sinto, remorso, dor, saudade
talvez saudade, não sei
é uma ânsia aqui dentro
que não tem nome
mas que me mata todo dia eu sei
não há fórmula para a vida
isso é apaixonante
ao mesmo tempo angustiante
meus sonhos verdes
parecem folhas de outono espalhadas pelo chão.

sábado, 23 de julho de 2011

Caminhada

Seres evoluídos eu sei
Sou raso enganado em profundidade
Imensurável sua caridade no meio
Circula em ventos de imensidade.

Cheiro de mato em sertão
De rios secos de chuva
Eu vou pra lá
Eu vim de lá.

Aurora boreal em cores de vida
São seres a levar esperança
Em corações que penam na subida
Sempre deixam o gosto da lembrança

Cheiro de chuva misturado com terra
Mata de veredas e caprinos na serra
Eu vou pra lá
Eu sou de lá.

Tempo II

Penso no passado, no futuro
E talvez nem existam, vou
Do meu nascer ao obscuro morrer
É o presente que sou.

domingo, 10 de julho de 2011

Sentido

O que fazer quando não há o que dizer
O Eu não me serve mais
Era tão especial, tão especial
Ousar já não traz paz
Sou um verme
Só isso, nada mais
Meus óculos não me servem
Vejo mundo, pequeno mundo
As coisas estão sem lugar
Pernas de moças a passar
Chamam meu nome sem falar
...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Palavras borboletas

Sempre achei explicações necessárias

Diante das meias palavras ditas

ou não ditas (perigosas demais)

Falar pode ser ainda mais.

Ah, se elas pudessem ser abrigo,

certeza e compreensão

no lugar de portas que se abrem a mil possibilidades

no vasto campo da imaginação;

Palavras Vivas (reais ou ilusão).

Há visões (de muitos) formadas, fechadas

Não adianta mais falar

É inútil qualquer esforço

Quando se está estigmatizada

A eterna vítima de si mesma:

“Tão bonitinha, inteligente, mas fraca”

Palavras punhal,

que ferem com ponta afiada

Para onde foram as palavras libertadoras?

As palavras borboletas...

terça-feira, 21 de junho de 2011

Pastiche

Se não tem o que dizer...
Realista, realismo
Se não tem o que fazer
Entupa de ismos
Se não tem o quer ler
Leia isto, escreva livro.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Retrato

Ah o sol, minha flor
Que rasga essa imensidão
Me encheu de dor
Perdido agora na escuridão

Ausente de mim estou
Desde que quis partir
A noite chegou
Mas não quero dormir

Esquecer o que teus lábios
Preso agora estou
Ensolarada dor

Deixa-me triste, amou
Desejo noite de cor
Retrato, não ficou.


domingo, 19 de junho de 2011

Palavra

Eu já não moro mais em mim
Fui na rua, no bar da esquina
Agora já esqueci o caminho
Comi o pão, bebi o vinho.

Do bar caminhei na rua
Entrei em becos vazios
Ventos fortes, porto de navios
Palavra nua, crua.




E me desculpem se isto parecer
Muito transcendental......
.....coisa que não estou afim
É de escrever...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Experimental

Pouco a pouco, o dia fica torto, vida, a vida a cidade se completa/Avenida segue reta indo em direção ao sentido reto esquecido da noção/ Em cada passo mil esquinas/ cidade torta, morta/ e os sonhos são sonhos/ a bater na porta, torta, solta em suspensão no ar do mar de carros, cheio de barro e lama, do rio, do fio de cobre, do joão que morre como nuvem no céu/vento a passear, livre como o tempo solto, como o ar e corta como um rio, rio, rio/ cidade aberta me espera, me acerta, me flerta, me leva como o rio, rio, rio/ Rio de riso, rio, rio, Riu o rio, riu do medo, do medo do povo, o polvo, estorvo de novo das águas dos olhos que não escorrem da fome, do oco vazio que consome o homem. E passo, passo pela cidade em passos, passos/ E não há mais espaço e espaço, sou pedaços/ Dos outros, do mundo, pedaços de aço, sou pedaço de traço/ só-rio, ex-corre-o-homem, pelas águas que sem pressa, so-correm o homem ou laço sem nó,/sou do mundo, sou todo mundo sou muito sou/ só sou eu, sou um, são tantos que eu pareço apenas mais, mais um.

Por: Chico/ Dandy/ Giselle/ Rafael

domingo, 5 de junho de 2011

Ainda ontem estava circulando uma hashtag no twitter, #EuQueroCpiPalocci, e em pouco tempo estava nos trends topics (questionável como o twitter faz os trends topics, mas o assunto não é esse, até pelo motivo de pouco entender dessa infinitude de abreviações e nomenclaturas cibernéticas inglês, nem sei se o termo é esse, se o twitter fosse ideia nacional, ainda sim se chamaria twitter). Fico feliz pela mobilização que ora se levanta, porém fico triste, e digamos, que até bastante chateado como homem, é que esses movimentos são puramente políticos, não há defesa da Pátria, há defesa de partido, e o pior, usando o povo. Que a população é influenciada e enganada já não é mais novidade nos trópicos tupiniquins, com ou sem o Sr. Palocci o Brasil continuará o mesmo. Se fosse sério o movimento teríamos que criar um novo Congresso, expulsar os “defensores” da República que por hora não é Federativa. Não é à toa que andamos tão descontentes e descrentes das práticas políticas em nosso Brasil, e isso se constitui um perigo, pois é aí que nossos políticos mais agem, o patrão passa a ser empregado. Mas não quero cansar meus amigos com essa conversa, o Sr. Palocci merece sim sair, não por CPI que já está mais que provado que em nada resulta, mas por meio da Presidenta, em prol do povo que ora quer, se é que quer. Se vamos fazer uma higiene corporal que não seja só lavar os cabelos, tomemos banho, e bem tomado, para que o fedor não fique, e troquemos de roupa, por favor.

Tijuca, 31-05-2011

domingo, 29 de maio de 2011

Nada de risos e deboches

Ia esperar o mês de maio findar para escrever sobre o que vi e li a respeito dos 130 anos de nascimento de Lima Barreto, entretanto creio sofrer de um mal que me impede de ficar calado, é preciso cultivar a paciência, bem sei disso, porém perder as estribeiras por vezes muito nos serve, sobretudo na literatura. São 130 anos do nascimento do rebelde de Todos os Santos, o mulato que rasgava as noites cariocas, um notívago por excelência, do suburbano de letra incisiva que sacudia a República, do intelectual que viveu da abolição da escravatura à semana de arte moderna (e nunca fora considerado moderno, inventaram o tal de pré-moderno, notem que não falo de escolas). Os contemporâneos de Afonso Henriques de Lima Barreto, bem como de nossa geração, ainda estão longe de entendê-lo e lhe dar o devido lugar de destaque na Literatura. Peço a devida permissão ao professor L.R. Leitão para fazer uso aqui da expressão “Rebelde Imprescindível” como forma de definir este singular homem, é isso mesmo, rebelde, palavra melhor não o define. Mas vamos ao fato que está me motivando a escrever hoje sobre Lima Barreto. Li hoje um artigo, que deveria ser uma homenagem a Lima B., publicado online no Observatório da Imprensa, com o seguinte título “Riso, deboche e literatura, 130 anos do genial Lima Barreto”. E fico a me perguntar onde é que a ilustre colega jornalista ( perdoe-me não sou jornalista) Cristina Nunes de Sant´Anna vê Lima Barreto com riso? Sua literatura não é simpática, ela é crítica sem ser velada como a de Machado de Assis, e a Sra. Sant´Anna bem pontua isso em seu artigo, mas não entendo por qual motivo crer que nosso notívago de Todos os Santos ria, será da própria miséria ou da alheia? Deboche também não é bom sinônimo para a escrita de Lima B. cara colega (perdão novamente pelo uso indevido do substantivo), a Literatura de Lima Barreto não fazia gozação, isso é rebaixar sua escrita a uma mera discussão de botequim, alguém que faz piada da desgraça sofrida e que nem percebe o quão miserável é, e fica a fazer troça do governo. Nenhum jornal rendera uma homenagem digna ao nosso rebelde, o artigo da Sra. Sant´Anna se prezou a isso, mas não obteve êxito, falou dos momentos históricos pelos quais a curta vida de Lima Barreto passou e num segundo momento com um subtítulo de “firme e malcriada” cometeu o absurdo de insinuar a Literatura de Lima como malcriada, assim parece até que a autora está contra o mulato suburbano das letras, a mim o termo soou mais como uma repreensão ao escritor. Creio que a Sra. Sant´Anna desconhece que Lima foi antes de mais nada um homem que lutou a vida toda, por isso imprescindível, como diria Brecht, citado pelo professor L.R. Leitão no seu livro “Lima Barreto, o rebelde imprescindível”. Sendo assim este mulato não era malcriado, a República que era grosseira com a periferia. Faltou paixão da Sra. Sant´Anna para falar do nosso “bêbado e esbodegado” (infeliz expressão da senhora Cristina Sant´Anna). Não me alongarei mais, corro sério risco de usar de “infelizes expressões” no artigo da Sra. Sant´Anna. Não era de se esperar que um jornal focado na crítica da mídia publicasse artigo à moda Imprensa Brasileira. 130 anos e o que a mídia publica de melhor em homenagem a Lima Barreto é um artigo de riso, debochado e de literário nada.


Ilha do Governador, 28-05-2011

sábado, 28 de maio de 2011

Ônibus caro de cada dia...

Há muita coisa no Rio de Janeiro que ainda não sei como se pode passar, isto só para não falar do nosso país, tão grande e vasto de cultos, crenças, raças, que ainda não se entendeu como povo apesar dos caminhos feitos, por vezes não tão suados e santos, na busca de uma identidade. E quem disse que tem de ser santo? Não, definitivamente não irei meter os santos aqui. Procura-se sim uma identidade no país dos bruzundangas, não sou entendedor do caso, porém creio a busca ser tão desnecessária quando já se tem em nossas ventas o que é ser brasileiro. Será preciso aqui escrever da miséria do cotidiano, das promessas políticas, das visitas nas favelas, das hipocrisias midiáticas, dos discursos que propagam uma ideia sem ideologia, sendo está já uma ideologia, das escolhas que os miseráveis pensar em ser-las deles, mas não o são, será preciso falar disso tudo? Creio isto ser o suficiente para saber o que é ser brasileiro, mas calma porque temos sim coisas boas, só não são boas para os brasileiros, depois de Obama afirmar poder fazer a mesma ação que fez no Paquistão em qualquer país do mundo tenho medo em pensar na nossa Defesa. Mas não vim falar do Brasil, desculpe-me o alongamento textual, coisa de miserável brasileiro sem dinheiro e escrever passa a ser terapia e tenho que aproveitar, ainda tenho caneta, já paga, pelo menos isso não me vão cobrar. Não entendo como uma cidade dita maravilhosa, de povo maravilhoso pode aceitar políticos tão descarados com o dinheiro público, há aqui uma prática muita costumeira no Brasil, melhor fingi não ver para melhor passar. Os Jettas foram o último golpe contra o povo, os vereadores alegam ter necessidade para o trabalho, concordo é necessário um meio de locomoção já que ao longo do tempo fizeram tanta marginalidade (que fique bem claro aqui que me refiro à questão distância quando se tem como referência o centro do Rio) que ir de Campo Grande para o Centro do Rio é uma odisséia, Av. Brasil nos assusta e honra muito bem o nome que tem. Mas é muita hipocrisia cada vereador ter um Jetta, carro nada popular e se dispensa aqui os seus acessórios, para ir “trabalhar” enquanto a passagem dos ônibus, sempre lotados, e do metrô aumentam, peço licença aos sociólogos para fazer a pergunta, não há aqui paradoxo? Ou só é omissão com o povo? Entretanto desta vez a população ganhou, o dinheiro dos Jettas será devolvido, mas para onde irá não se sabe, talvez um Bora, Civic, Hilux... Se me permitem tenho uma sugestão: se os nobres vereadores alegaram a compra milionária dos carros por motivo de trabalho, nada mais justo à população carioca também gozar deste direito e por isso sugiro que os caciques de paletó irem de ônibus e metrô, e cada carioca ganhe um Jetta, um Bora ou uma Hillux e com combustível porque esse também está muito caro. Melhor parar por aqui a tinta da caneta pode acabar e aí passarei a pagar para escrever.

Ilha do Governador, 23-05-2011 

terça-feira, 10 de maio de 2011

O Escritor

Talvez não seja escritor
Alguém já falou, você formou professor
O que sou?
Tudo num só?
Talvez
Mas aí o que vem de mim que é escritor?
E o professor?
O pai, a mãe, o irmão, o filho, onde está?
E de todas maneiras eu sou
Sou o que sou
E o que soou neste "sou"?
Não sou eu só eu
Disso sei que sou
Um presente atravessado por todos os presentes
Talvez seja isso
Só não é nada.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Pedra

Cuspiu e esculpiu
O que era belo virou
Pedra
Forma mais bela assumiu
Meus poemas secos
Nada dizem, só gritam
Pedra! Pedra!

domingo, 1 de maio de 2011

Com Devoção

Ando com muita saudades
Muita saudade de Tu
Saio de você, mas você não sai de mim
Estes versos sem rima não me importam
Tu me importa mais
Falar de Tu me importa mais
Sem sintaxe, que me deixe em paz!
Tu me importa mais
Mas
Estou indo embora
Vou me embora
Com aflição
Minha devoção
É para você
Mas
Tu vai comigo
O espaço vai ser pequeno
Pra tanta saudade
Meu Deus
Que aflição
Mas cheio de devoção
E no meio dessa estrada
Que faço por conhecer
Tu me ilumina
Me ilumina
A minha ignorância
Talvez me tenha mandando pra longe
Longe de Tu
Mas o coração vai contigo
Que aflição longe de ti Terra
Que devoção, com devoção.

sábado, 30 de abril de 2011

Acidentais

As cartas aqui perdidas
Só me dizem do fim que não fiz
Insisto em rever as feridas
Me arrependo do que não fiz.

Quando me perdoou
Me deixou
Onde acaba o silêncio
Fica a tarde e uma dor de amor.

E me demoro a saber quem sou
Faço caminhos diferentes
Mas é a mesma forma que te encantou
Não sei mais, só penso no ausente.

E acho que tudo vai passar
Tudo vai passar, então
Pra quê começar?
Começar pra passar.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Cor

Eu era Negro, eu era Negro...
Da cor
Ainda sou Negro, ainda sou Negro...
Sem cor
O que ficou?
Cor
Que sou?
Eu, cor.

domingo, 24 de abril de 2011

Deixemos de Tanta Besteira

Deixemos de tanta besteira
Que esse tempo é presente
E se faz com tanta asneira
Deixemos de questionar o ausente
Nunca assim você vai saber
E saber de quê...
De quê é feito tanto saber
Canta, grita, chora sem saber
Diz do tempo que não é tempo
Do passado presente
Do caso ausente
Das palavras trocadas na mente
Deixemos de tanta besteira seu moço.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Poemática Tola

Pensado, representado, inventado
Prensado, angustiado, amassado
Meus pensamentos acabam
Sem tempo mais pra pensar
Ler consome, me matam
Terminou começou
Escureceu brilhou.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Juventude

Ando me anulando todo dia pra escrever mais e mais
Não importa mais, sei que tenho algo de novo pra dizer
É antigo de mim, novo em si, há quem veja sinais
Mas meu amor ah como eu queria te dizer
A literatura barata do meu tempo
Só perde pro preço caro que temos a pagar
Somos um raio cruzando o mundo da literatura
Trazendo o que se foi
Escrevendo em nossa mocidade
Tudo em si, tudo em mim, nada de mim
Ando me esquecendo.

sábado, 19 de março de 2011

Bradei

Meu tempo pesa sobre mim
O tempo da minha geração está no fim
E nem entendi ainda nada do que ele quer dizer
Nessa hora que o homem verdadeiramente chora
Não sei como me expressar
Tenho muito a falar
Há uma tampa na garganta
De onde vem palavras soltas
Quero gritar, falar, amar
Dizer do nosso tempo meu irmão.

terça-feira, 8 de março de 2011

Meu Sotaque

Amor meu doido amor me desculpe mas já não sou só teu amor
Este mundo que não é grande nem pequeno me mudou demais
Me jogou de lugar em lugar e eu agora não tenho mais nenhum lugar
O que aconteceu? o que será? só são perguntas que a gente dar

Nem falar em primeira pessoa quero mais porque não sou eu mais
As coisas simples do dia, as conversas banais valem mais
Só sei que não vou me deixar, é uma loucura falar em ficar
Ficar onde e ir para aonde? vamos é viver e viver e viver.

E o coração?

-E o coração?

Vez ou outra a fatídica pergunta

Como responder educadamente aos curiosos

e aos que realmente se importam,

mesmo na milésima vez que me indagam isso?

-Ah, esse sente demais!

Mais do que (provavelmente) deve

Mais do que (em geral) merecem

Fazer o que?, Ele é assim;

O ruim é quando parar de sentir

Porque uma vida sem afetos

Fica absurdamente... IMPOSSÍVEL.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Uma Saudade

Um olhar de luz em mim
É o encanto que se foi enfim
Como pode, foi tão feliz
Não há como negar o que fiz
E o que fiz além de amar e amar
Foi não entender teu olhar
Este mar azul, de vento leve
Faz abrir um sorriso de leve
Um olhar, um encanto
Ando tão fácil de me apaixonar
Que nem percebo o tamanho do mar
Um sentir, uma palavra, um encontro
A mais só pra ter outros mais e mais.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mar Noturno

Hoje tenho a imensidão noturna
Deste mar de ventro frio
Contraste do meu eu e da lua rasgando o céu
Esse vento que me faz sonhar
Também me faz chorar
Contemplando a escuridão da praia
Toda minha, sem a ilusão
Vôo alto e sigo cativando
Uma mistura de ácido e afeto
Que as ondas vêm dissipar
E eu a continuar sonhando
Com um sorriso que me deixa cantando.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Importância

O que há de ser amor
Necessariamente a alguém magoou
Porque as janelas abertas para o outro
Deixar passar uma barra pesada
Que às vezes é forte demais pra um coração novo.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Festa

Um samba, cerveja e sol
Só pra melhorar o clima no lençol
Um pouco de pinga e sol
Pra ver se afasta essa gente sem sal.
Uma festa pra animar esse quadril de mulher
E me envolver mais uma vez na sua lei.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Todo Dia

A luz que entra e pega-me nos braços
É a mesma que estava me olhando na escuridão
Ela nos mostra que é preciso
Se inventar todo dia, toda hora, todo dia.