domingo, 18 de janeiro de 2009

MEU FALÁ

Outro dia ouvi dizê

Que o povo do meu sertaum

Num sabia falá

Mas cumé que pode isso

Vamu logo meu amigu

Esse torçu isclaricê

Num istudei in culégiu granfinu

Mas ua coisa li digu

Num mi trocu pur nium dotô

Qui si acha muitu sabidu

Só porqui fala dificiu

Sobe as coisa qui viu nus livru

Num tiro do coraçaum

Eu num sô de complicá

De que adianta fala bunitu

Pra modi ninguéim intendê

Cada um é cada um

E tem o seu valô

E toda linguagi mereci respeitu

Pois ela é parti da identidadi do sugeitu

Seja ele sertanejo ô doto.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Do Nada em Tudo e vice-versa

Nada menos, Nada mais... não ganhamos e nem tampouco perdemos...
Não consigo escrever o que quero, se é que quero,
Quero e não-quero, invento e não me invento, mas não des-invento
Já não precisa explicar Nada, nada, nada.
De tanto Nada aqui que vai já perdi a conta dos que não foram
Mas só quero escrever, escrever... Nada

ESSÊNCIA


Onde estão à ingenuidade de outrora

E a doçura, perdidas?

Com cada dor experimentada

As máscaras encaixadas

E a mente confundida.

Mesmo os poetas mais sábios

E seus poemas mais belos

Sofrem a ação do tempo

Que modela formas,

Cicatriza dores, Marca saudades,

- Amores

Mas se existir uma essência,

Invisível que une passado, presente e futuro,

Sempre que preservada, eterniza.

Essa essência, da doçura e inocência.

É reconhecida em tudo que fica.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Poeta e Bom Malandro

O meu poeta foi o maior sonetista.

Seus temas líricos, sociais e de denúncias

Eram sempre associados

À beleza e a sensibilidade

Verdadeiramente criativas.

Conhecidas são do grande público

Suas letras de música

E sua arte é a história mais recente da poesia.

Foi com seu manejo inteligente

E o encantamento próprio do bom malandro

Que ele conquistou minha simpatia...

Mas essa é só uma leitura particular

De como vejo, meu amado poeta:

Vinicius de Moraes.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Singularidades

Se o padrão é o que é normal

O que lhe foge é anormal, certo?

Mas todos têm singularidades

Idiossincrasias.

Se olharmos de perto

Descobrindo o que é único em cada ser

Veremos que em algum ponto

Todos fogem a esse padrão

De perto ninguém é normal.

Negue o sempre igual

Viva o diferente, viva o insano,

Profano

Ouse mostrar seu anormal.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Piano I

PIANO I

Por onde anda as coisas que sempre pensei em ter,
Que tantas vezes passaram por mim e se foram
Como as chances que tive em poder ter você comigo.
Por onde anda aquela pessoa que sempre me enchia os olhos
Quando com o seu sorriso me fazia ver o inicio de uma boa vida
Ao contrario dos meus sonhos errados que viveram por mim.
Por onde anda aquilo que tinha como por certo minha razão
E que hoje não é nada mais que ilusão fora de época,
Que sempre tenho em minhas mãos quando não posso segurá-las com minhas lágrimas.
Por onde anda aquele sentimento sujo jogado no papel,
Que quando triste imprimia em suas linhas
A verdade de uma dor verdadeira que sempre fingi em nada sentir.
Por onde anda aquele som que me fazia lembrar você,
Que chegavam em mim pelo ventos tontos e cegos
Que buscavam algum lugar para esconder-se.
Por onde anda você que tanto me preenche como também me deixa vazio,
Por onde anda aquele seu sorriso e sonhos tão inocentes
Que por aí estão sendo realizados de maneira tão facil
Que chega a me machucar por você se machucar
Sem saber que estão lhe machucando.
Por onde anda na verdade os meus sorrisos que eram tão presentes em mim
E agora por você, esconde-se por não ter
O mesmo motivo de sorrir novamente.
Por onde anda exatamente você...

Aqui

Doar em si
Morrer em mim
Esta sina que seguimos de cor
Já não faz sentidos.

Teu mundo não é meu
Meu mundo já foi seu
Por isso me despreza tanto
Ilumina o iluminado.

Quanto mais tenho que esperar
Na terra de pedras pela Paulicéia...
Quanto tempo mais?

O relógio gira e sinto tudo aqui,
Bem aqui mais perto de mim
O cheiro seu aqui é amor.

ANTAGONICAS

Razão e Emoção,

Palavras antagônicas,

Que se chocam e nos chocam

Ao habitarem nossas mentes

e coração...

A quem dar ouvido?

Essa é a grande e difícil decisão.

As duas forças falam a nós

Defendendo cada um a sua posição

E não podemos ficar neutros

É preciso optar sem inculpações...

Enquanto isso, só queria ficar quieta.

Aventura

Sabor especial de

Expressão de pensamentos

Libertando um eu

E suas fantasias,

Construindo consciência

Das diversas realidades

Ampliação da sensibilidade

É uma das funções

E poder da aventura

Grandiosa e bela

Do fazer poesia.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Devoção

Ao meu amado

Não nego alguns agrados,

Mas não lhe prometo devoção.


Ao meu querido

Atendo até um pedido,

Mas não me peça que vá pro fogão.


Do bem amado

Sou companheira, mulher fiel,

Mas ele que não queira

Me levar a submissão.


Do meu amigo sou a amante,

Presente até na saudade,

Mas faço da liberdade

A força e a virtude da nossa relação.

Convite

Acabo de receber um convite. Ao aceitá-lo terei total liberdade para mostrar a alma, rasgada, despida de todo e qualquer pudor dispensável.

Contestação, revolta, êxtase, emoção... E a certeza de que “nada é sagrado, tudo pode ser dito”.

Dentre tantas maneiras que podemos ser, as mil e uma faces que podemos assumir, haverá sempre alguma característica constante, algo como uma essência que é preciso preservar.

Mas aí vem uma inquietação e vejo-me questionando. Haverá de fato liberdade total de expressão para esse eu interior e social? Buscarei essa resposta ao longo das edições.

Espero que aceitem o meu convite que diz: Vem pensar e indagar comigo. Até nosso próximo encontro.