quarta-feira, 14 de julho de 2010

Da Saudade

A saudade é um sentimento bom
que aquece os corações,
alimenta as esperanças,
renova os compromissos,
mas também dói,
adia a tão esperada volta,
deixa o coração inquieto,
a alma dolorida de amor a pedir mais,
faz subir ladeira e morro
como descida de serra fosse,
a saudade é o que me mata,
me corrói,
me nutri de amor
que só de pensar em vê-la
me sinto maior.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Outra Vida

Por trás da existência
Vou ver seu sorriso
Lindo, para sempre permanente
Nem mesmo naquele momento estarei ausente
E toda dor não vai existir
Todo mal fruto da minha mão
Irá se transformar em emoção
De um tempo de onde tive que partir
Irei embora pra novamente nascer
Reencontrar você pela força do desejo
E poder merecer
Todos os momentos que almejo.

terça-feira, 29 de junho de 2010

É a Vida

Essa sucessão de dias e noites
É um absurdo que me diz todo dia
Que estou vivo, morto para alguns
Estranho para outros, esquecido para tantos.

É uma sucessão de acontecimentos
Em que não há rima perfeita
Mas existe encadeamento, em que sou o líder
Dos meus próprios erros e acertos.

Ela é sublime e assustadora também
Quando penso que acabou, apenas começou
E quando começa passa tão rápido o sim
Mas ainda sim não é o fim.

Hoje então nem ilusão de perfeita tens
Perdão é uma virtude dos nobres
Que cultivam amando ao espírito descrente
Não se esconda de mim.

Sabe essa vida não vai ser
E meus momentos não serão os mesmos
Nem minhas lágrimas serão
Dedico tempo e juventude no que acredito
Não me arrependo vida
Mas confesso que estou com medo.

sábado, 26 de junho de 2010

Neste tempo

Tempo sempre esteve presente
De tanto tempo se tornou ausente
E não está mais em minhas mãos
Escrever a letra desta canção
Quando você foi embora
Estranhos são os dias após aquela hora
Meu mundo não caiu
Mas não aceitou você partiu
Meu espírito mais triste ficou
Num plano diverso ele te reencontrou
E uma vida a mais longe do amor
A esperar você noutra vida sem tanta dor
Quero que seja nesta vida pra sempre meu amor.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Simples

É sempre o mesmo fim
Quase um amor, uma paixão
Tudo se encerra em mim
Na mais bela e intensa ilusão.

Ontem contei meus erros
E foram maiores que meu coração
Não superar desesperos
Esquinas mais de um milhão.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Morri

Eu morri,
Morri por volta das dezenove horas de um domingo qualquer
Foi uma morte dolorida, suja, mentirosa, nua
Uma louca despedida do corpo de onde fui arrematado
Para um outro mundo de onde escrevo agora
Não sou Brás Cubas, nem comparem por favor,
Estou mais para Lima no cemitério dos vivos
Ou um Baudelaire de flores nas mãos
Mas não estou mais entre vós
Estou aqui num espaço diferente
Num mundo distante sem coração
Ah.... meu coração que tanto amou na vida
Suspirou, apertou, iludiu e se iludiu
Mas amou, mas aqui ele não me serve de nada
Por isso não o quero mais
Quando morri ninguém percebeu, ninguém viu
Nem mesmo o tempo viu
Dois dias depois da minha morte fui
Me achar no tempo dos vivos como zumbi
E no meu quintal parou uma nave
Que me salvou da morte animal
Que é aquela que continua matando todo dia
Eu morri,
Morri para o meu mundo concreto
Para o meu jeito certo
De quem acha que a felicidade não é estado
Para aquele que acredita que perdão é amor
Perdão é a ausência de amor
Morri,
Pra nascer de novo
Viver de novo
Amar de novo
Mais forte ainda, com mais desejo ainda
Sonhar, crer na felicidade de novo
Nasço hoje às vinte horas de uma segunda-feira
.
.
.
Nasci...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Esquina

Dobrando a esquina lá vem mais um
Que não sabe quantas curvas já foram
No caminho dos desnudos.
E "vivem" nas ruas e grandes avenidas
E nem mesmo assim são vistos na vida
Ele dobrou a esquina e suspirou
Não pela dor da caminhada
Nem pelos problemas alcançados
Foi por ver o sol nascer e morrer todo dia
Que o ilumina alheia a sua vontade
Assim se sente mais homem, menos inútil
Para mendigar e contar com a boa vontade.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Central do Brasil

É ceifado o Homem trabalhador
Que plantou, irrigou, esperou, colheu
Mas ao final foi o único que não comeu.
Um corpo, matéria sem alma, sem dor
Ao pó voltará, talvez vire farinha de comer
Sem nutriente pra alimentar tanta gente
Espalhada pelas centrais do Brasil mendigando viver.