sexta-feira, 23 de abril de 2010

Minha Pressa

Passam dias, meses e até anos e não vai saber entender que não há como subir sozinho/ Passa mulheres de amor, de dia, de dor e não quer seguir sozinho, mas não deixa ninguém no ninho/ Vem do trabalho confuso, atrapalhado achando poder com o mundo nos ombros/ E faz tempo que a gente não se vê, quando sinto o vento lembro de você/ E hoje nada me completa que não seja você, noites de calor, de tempo parado, clima sufocado/ Oh meu bem! fiquei estático num dia de sol sem você.

Um olhar, um batom, sou teu
e me perco em você
numa boca linda a me chamar de meu
um sorriso, um som, sou teu
soltando palavras, se entregando
a dizer entende "meu"
um andar, um tom que me conquista
um perfume, um jeito só seu
de me dizer sou sua.

Enquanto todos dormem o professor-eletricista faz da dor uma mentira/ E a saudade que ficou da vida não impede a subida/ E a dor não saiu, mas não me feriu/ E hoje nada me completa que não seja você, noites de calor, de tempo parado, clima sufocado/ Oh meu bem! fico estático perto de você.


Oh meu bem me aceita que to te amando
me beija que o tempo tá passando
não há nada nesta vida que não seja viver
sem tempo pra temer
ouvi você dizer
sou sua, só sua
sem ser crua
não necessariamente nua.
 
 
 

domingo, 11 de abril de 2010

Silêncio

E o que tenho nesse momento
é o meu olhar atento
A espera de um chão
Quem vai mudar a casa
a lógica que nos separa
quem vai mudar o não
Quem vai tranformar o fogo
Quem vai virar o jogo
Recomeçar é a recompensa.

Aqui nesse momento
o meu olhar distante
em busca de um cais
O final da festa
O caos que nos resta
A glória que acerta
A esperança numa prece
É o que me tece
O milagre alçançado
O espaço do acaso
A lógica do não
O choro na escuridão
O riso do possível.

Sigo calado
em silêncio
Sem ser notado
Com carinho guardado
Expresso em versos
A ordem no absurdo
O desastre que chega
O instante do veja
O amor no pensamento
A alma, sentimento
A lógica que chega
O momento do sim
A loucura da paixão
É o que tenho na mão.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Cursor

O cursor na minha tela
solta letras que vão se juntando
e mais de mil palavras formando
o cursor na minha tela
só não deixa espaço
para palavras belas
este cursor safado na minha tela
só quer formar palavras
que rimam com ela
cursor desvairado na minha tela
que insiste em vomitar palavras
que me lembram tu amavas
cursor de boca suja na tela
que nada diz na composição
se ao menos saísse uma canção
mas que cursor chato na tela
o que tu quer é encher a minha paciência
se ao menos saísse algo interessante
cursor desgraçado na minha tela
que me parece sorri e insistir
a formar palavras que lembram ela
cursor da minha tela sinto muito
aliás sinto nada, mas irei deixar
você para outro babaca apaixonado
e voltar pra caneta já que com ela
eu controlo, rabisco, apago, risco
mas mesmo assim ainda falar dela.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Desce mais uma rodada

Hoje acho que vai chover
E ventar forte molhando o corta-luz
Vamos para sala ver tevê
E contar história se faltar luz.

Não consigo esquecer
E insisto em todo dia dormir tarde
Mas você foi embora, morar em marte
E acho que estou querendo demais.

E a felicidade pra onde foi que não me comunicou
Quem lhe disse que pode sair?
Quem me disse que posso impedir?
E quem vai transformar a dor em superação

E quando dois lados derem a mão
Sem caminho, sem direção, minha amiga
Será tarde demais pra perceber
Que já fui embora no infinito

E meu desejo não vai ser seu princípio
Sem curvas, sem riscos
Caminhada calma, sem perigo
Desce mais uma rodada.

sábado, 27 de março de 2010

Da Escrita

E enquanto você vai me escrevendo, me vendo
me sentindo, me tomando, andando, saltando
vai também sendo tomado, animado, isolado,
confessado, desajustado, incontrolado, soldado.
Uma confusão de emoções sem nitidez
tal qual quando o sinal da antena cai
e tampa a visão que já era turva
e agora já te mostra sem timidez

Mas ninguém disse que ia ser fácil
ninguém falou que você ia perder
ninguém disse que você ia ganhar

Sua letra descompassada, garranchada
não condiz com o homem que se formou
mas retrata por que escreve tanto
por que não fala tanto, por que só fala com tantos
por que fala quando não há tanto
e é aí que você me toma sem licença, sem pudor
e faz do meu uso um mundo sem se expor.

domingo, 21 de março de 2010

Emoção Fácil

Ah como é lindo o Amor
E como é feio falar de pedra
Tosca, umas sem cor, outras cinzas,
Bom é mesmo é quando se tem
Paixão, saudade e tristeza.
Que horrível é falar de disco voador
Meu Deus, o que é isso meu filho?
Dizer de carros, prédios, burros, marcianos
Sem rima e sem sina,
Mas bom mesmo era quando
Só tinha tristeza e saudade,
Aquele que ia pela garoa
Fazia das ondas uma inspiração
Sem precisar de internet sem fio
Falava e cantava das cousas
Que vinham direto do coração
Por meio da artéria aorta.
E nesse momento,
Onde a emoção fácil
Parece que não passou,
E a palavra sussurou
O caos do pensamento,
É o que me interessa.

domingo, 7 de março de 2010

Feliz

Depois de quase um mês saí de novo
Viajei pelos becos da cidade baixa
Mergulhei nas vitrines da cidade nova
Fui prá lá das paisagens além-quarto
Foram dias estranhos, e voou
É uma certa incerteza que ficou
Um fogo ingênuo que apagou
Após um dia e umas semanas
Ficou eu, e somente eu
Só pra dizer o tanto que gosto
E saber que sou meu
Depois desses dias que eram
Eu e eu mesmo inertes no mundo
Nada percebi, nada entendi,
Nada vi, nada quis, de nada sorri
E me lembrei muito bem
De quando ia pra velha estação
Seguindo os trilhos e olhando os trens
Sem saber o porquê da alegria da situação
E veio a partida
Mais rápida e feroz
Que a necessidade de ir
E vai seguir a subida
Dolorosa e penosa até aqui.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Todo Dia

Quem me disse que não?
Quem foi que te deu não?
Eles te usam
Eles me insultam.

Correndo o mundo em segundos
Te vejo mergulhar
Em ondas gigantes de saudades
Sem querer renovar os assuntos.

Tou me lembrando do que tenho pra conquistar
E tou correndo todo dia
Sem parar, sem poder parar, sem querer parar.