sábado, 28 de maio de 2011

Ônibus caro de cada dia...

Há muita coisa no Rio de Janeiro que ainda não sei como se pode passar, isto só para não falar do nosso país, tão grande e vasto de cultos, crenças, raças, que ainda não se entendeu como povo apesar dos caminhos feitos, por vezes não tão suados e santos, na busca de uma identidade. E quem disse que tem de ser santo? Não, definitivamente não irei meter os santos aqui. Procura-se sim uma identidade no país dos bruzundangas, não sou entendedor do caso, porém creio a busca ser tão desnecessária quando já se tem em nossas ventas o que é ser brasileiro. Será preciso aqui escrever da miséria do cotidiano, das promessas políticas, das visitas nas favelas, das hipocrisias midiáticas, dos discursos que propagam uma ideia sem ideologia, sendo está já uma ideologia, das escolhas que os miseráveis pensar em ser-las deles, mas não o são, será preciso falar disso tudo? Creio isto ser o suficiente para saber o que é ser brasileiro, mas calma porque temos sim coisas boas, só não são boas para os brasileiros, depois de Obama afirmar poder fazer a mesma ação que fez no Paquistão em qualquer país do mundo tenho medo em pensar na nossa Defesa. Mas não vim falar do Brasil, desculpe-me o alongamento textual, coisa de miserável brasileiro sem dinheiro e escrever passa a ser terapia e tenho que aproveitar, ainda tenho caneta, já paga, pelo menos isso não me vão cobrar. Não entendo como uma cidade dita maravilhosa, de povo maravilhoso pode aceitar políticos tão descarados com o dinheiro público, há aqui uma prática muita costumeira no Brasil, melhor fingi não ver para melhor passar. Os Jettas foram o último golpe contra o povo, os vereadores alegam ter necessidade para o trabalho, concordo é necessário um meio de locomoção já que ao longo do tempo fizeram tanta marginalidade (que fique bem claro aqui que me refiro à questão distância quando se tem como referência o centro do Rio) que ir de Campo Grande para o Centro do Rio é uma odisséia, Av. Brasil nos assusta e honra muito bem o nome que tem. Mas é muita hipocrisia cada vereador ter um Jetta, carro nada popular e se dispensa aqui os seus acessórios, para ir “trabalhar” enquanto a passagem dos ônibus, sempre lotados, e do metrô aumentam, peço licença aos sociólogos para fazer a pergunta, não há aqui paradoxo? Ou só é omissão com o povo? Entretanto desta vez a população ganhou, o dinheiro dos Jettas será devolvido, mas para onde irá não se sabe, talvez um Bora, Civic, Hilux... Se me permitem tenho uma sugestão: se os nobres vereadores alegaram a compra milionária dos carros por motivo de trabalho, nada mais justo à população carioca também gozar deste direito e por isso sugiro que os caciques de paletó irem de ônibus e metrô, e cada carioca ganhe um Jetta, um Bora ou uma Hillux e com combustível porque esse também está muito caro. Melhor parar por aqui a tinta da caneta pode acabar e aí passarei a pagar para escrever.

Ilha do Governador, 23-05-2011 

terça-feira, 10 de maio de 2011

O Escritor

Talvez não seja escritor
Alguém já falou, você formou professor
O que sou?
Tudo num só?
Talvez
Mas aí o que vem de mim que é escritor?
E o professor?
O pai, a mãe, o irmão, o filho, onde está?
E de todas maneiras eu sou
Sou o que sou
E o que soou neste "sou"?
Não sou eu só eu
Disso sei que sou
Um presente atravessado por todos os presentes
Talvez seja isso
Só não é nada.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Pedra

Cuspiu e esculpiu
O que era belo virou
Pedra
Forma mais bela assumiu
Meus poemas secos
Nada dizem, só gritam
Pedra! Pedra!

domingo, 1 de maio de 2011

Com Devoção

Ando com muita saudades
Muita saudade de Tu
Saio de você, mas você não sai de mim
Estes versos sem rima não me importam
Tu me importa mais
Falar de Tu me importa mais
Sem sintaxe, que me deixe em paz!
Tu me importa mais
Mas
Estou indo embora
Vou me embora
Com aflição
Minha devoção
É para você
Mas
Tu vai comigo
O espaço vai ser pequeno
Pra tanta saudade
Meu Deus
Que aflição
Mas cheio de devoção
E no meio dessa estrada
Que faço por conhecer
Tu me ilumina
Me ilumina
A minha ignorância
Talvez me tenha mandando pra longe
Longe de Tu
Mas o coração vai contigo
Que aflição longe de ti Terra
Que devoção, com devoção.

sábado, 30 de abril de 2011

Acidentais

As cartas aqui perdidas
Só me dizem do fim que não fiz
Insisto em rever as feridas
Me arrependo do que não fiz.

Quando me perdoou
Me deixou
Onde acaba o silêncio
Fica a tarde e uma dor de amor.

E me demoro a saber quem sou
Faço caminhos diferentes
Mas é a mesma forma que te encantou
Não sei mais, só penso no ausente.

E acho que tudo vai passar
Tudo vai passar, então
Pra quê começar?
Começar pra passar.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Cor

Eu era Negro, eu era Negro...
Da cor
Ainda sou Negro, ainda sou Negro...
Sem cor
O que ficou?
Cor
Que sou?
Eu, cor.

domingo, 24 de abril de 2011

Deixemos de Tanta Besteira

Deixemos de tanta besteira
Que esse tempo é presente
E se faz com tanta asneira
Deixemos de questionar o ausente
Nunca assim você vai saber
E saber de quê...
De quê é feito tanto saber
Canta, grita, chora sem saber
Diz do tempo que não é tempo
Do passado presente
Do caso ausente
Das palavras trocadas na mente
Deixemos de tanta besteira seu moço.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Poemática Tola

Pensado, representado, inventado
Prensado, angustiado, amassado
Meus pensamentos acabam
Sem tempo mais pra pensar
Ler consome, me matam
Terminou começou
Escureceu brilhou.