quarta-feira, 27 de maio de 2009

Promessa

Mudou o quarto de lugar
Trocou os móveis, pintou paredes
Não para o esquecer
Mas para aliviar a sua dor

Viver junto não foi fácil
Mas, não ter a presença constante
Do companheiro de luta, dores e amores

Uma história de vida a dois e seus frutos
È algo que com toda força necessária
Ela terá que aprender a lidar

Anos lado a lado – 26 deles se passaram
Desde a promessa no altar
Que se cumpriu afinal
O “Até que a morte os separe”.

Maternidade

Uma imagem tão real era a daquele
Pequenino de cabelos negros
Nutrindo-se a partir de mim
Sugando e ferindo meu seio
Não tenho seu rosto, nem nome , nem pai,
Mas um berço num quarto de adulto
Um avó, uma médica e uma genitora
(nem alegre, nem triste)
Para quem a maternidade chegara
Como algo natural e enigmático
Um susto em plenitude,
E acordar?...Um alívio!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Dia Longo

Um dia longo se vai encerrando
Nestes campos alaranjados do sol de outono.
Dia de paz, sereno, sem espanto
A sensação de estar pleno me deixa espalhado.
Vão filosofia urbana...
Não foi por tu que se tornou são.

Estradas

Se um dia não estiver mais aqui
Não terei ido embora por vontade
Nem terei ido por medo ou por saudade
Terei ido por ser inconstante, atuante.

Quando um dia não estiver aqui
Não chore e nem implore por mim
Porque a alma é fraca, mas ainda vou dizer sim
Porque é preciso nascer e fazer acontecer

Talvez amanha não esteja mais aqui
Mas sempre lembrarei dos momentos simples
Como lê com você, esperar o dia amanhecer
E duvido muito que isso vá comover você.

E quando tocar aquela balada
Lembre-se de mim, das noites e dos corredores
As lembranças vão sumir na escada da vida
Ela vai durar menos que a música tocada.

Não podemos viver sem união
Há tempos sinto esse cheiro de distância
Não é fugindo que vamos resolver a paixão.

Com tantas coisas para conseguir...
Mas um dia isto passa e ficará apenas o rastro
Acabará a intimidade e o que surgirá nem é saudade.

Por estes caminhos estúpidos
Imagino no que virá na curva
Porém tudo é mistério...

sábado, 23 de maio de 2009

Lépido Amor

Na pele negra de tua consciência
Andei lento por entre pernas e braços
Sentindo cada lugar nessa experiência
Degustando cada instante, cada abraço.

O céu tocou teu corpo no manto espacial
Seus lábios e os meus numa busca incessante
Eu ouvindo cada suspiro, cada vez mais ofegante
Até chegar naquele ápice animal.

Depois do seu e meu prazer natural
Teu gozo não é mais meu
Somos estranhos nesta escada sideral
Jogados, tímidos, envergonhados.

Após a mente ser sucumbida pelo desejo
Palavras fortes e únicas nos atormentam
Porem é tudo mesmo que ensejamos
Mesmo que por um segundo, não estamos

O mar imenso de estrelas de luz sem fim
Viu mais um lépido amor sim.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Solidão Noturna

Bem perto daquilo que podemos imaginar
Caminha pelo mistério que é andar
Na escuridão da certeza
Na imensidão de observar
As mais longas praias da beleza.

Ela segue marginalizada nos cantos do quarto
Como um bicho ameaçador e descartável
Quando todos só enxergam aquela dor
E ela não se cansa de me dizer que eu não entendo
Aniquila-se e isenta o termo amável.

Sempre falam aquelas sabedorias de gente que não sabe
Sempre dizem que não acontece
Mas acontece o tempo todo em toda parte
Bem perto da gente que passa fome, de gente que não merece
Continua se espalhando como uma peste.

Acho que amanhã vai fazer sol, vai ser quinta-feira
O dia vai acordar com menos ar urbano
Vai dá pra ir à praia e passar na feira
Vê o passeio, andar no centro
Misturar com as pessoas, ser zona sul e suburbano.

Mas quando tem chuva também é bom
Vem molhando tudo e secando a distância entre nós.
Como vou te esquecer?
Tu estás na sala, cozinha, na foto, no som
Um segundo separa de um futuro por merecer

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Mais um amor que se vai...

Quando ela me ligou era noturno.
Quando falei, ela era triste.
Meu espanto: eu não era confuso.

Mas fiquei triste, um mudo.

Meu Lugar

Nos braços da tua imaginação
Passo meus dias flutuando em águas claras.
Corro por caminhos distantes do meu coração.

Nestes caminhos longínquos de naturezas várias
Apego-me em turmas e constelações
Mais de mil neste horizonte de praias.

Beijo fatal de luz
Berço do meu carnaval
Princípio do que mereço.

Estou em um e nenhum lugar
Estou no espaço da minha mente
Estou na cidade do meu luar.

Mas por entres estradas
Tu, minha cidade, permanece em mim.
Melhor das melhores estada

Comigo te levo na poeira sideral
Cá neste lugar insólito e espacial
Tu és a rainha das noites.

A magia do que é natural.

Velho Bruxo

(Machado de Assis)

Velho bruxo do Cosme velho
Que deu flores de melancolia para moça
No lugar de versos de amor.

O que tu fez do soneto da vida de ontem?
Porque ficou bruxo amanhã?
Segregou milhares de pessoas na tua mente.

Tua melancolia vem justamente das moças e do povo
Que tu pintou em tuas folhas amarelas de tempo
Tornando-se todos e nenhum em ti.

Velho bruxo que veio da providência.
Providenciou palavras claras, poesia
Outras de mistério e demência.

sábado, 16 de maio de 2009

Todo o Vapor

O caminho da rua vai dar no meu coração,
Depois de tantas coisas que não consegui
Após noites que não pensei em vão
Logo depois da queda ao chão.

Pensamentos passados que não são interessantes
Nem tão poucos instigantes.

Mandacaru vai a todo o vapor
Sacolejando o boneco bobo
Lado a lado com ali.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Notícias

Notícias de mundo distante
Vem até este céu de cor.
Corre entre arbustos e cais
Não para, alcança a luz.

Na contramão vai minha calma,
No compasso da batida antissocial,
No meio da multidão, sem palmas,
Vê as notícias passarem como real.

Notícias daquele lugar trazem.
Tou na laje da sociedade.
Ela vem invisível,
Nossas histórias se dão bem.

Arrasadora numa mente perturbada,
Inquietante numa cabeça pensante,
Nossas histórias se dão bem

Aquele lugar você arrasou,
Aquele lugar você alegrou,
Nossas histórias se dão bem.

Contemporâneo Amor

Carne boa, pele boa
Pele que não repele,
Mas só sugere
Me acaba e fere.

Apenas desejo, querer
Mas se não quer, libere!
Tudo bem, gosto que tempere
Até que é bom, me esmere.

É comédia romântica,
Dos tempos contemporâneos
Onde está em alta a semântica.

É matemática dos Amantes.
De situações inusitadas,
Em que importa é o instante.

São farrapos da vida,
Condição de amante,
Só de cores e sem briga.

Quando estiver só na rua,
Me chama no seu peito,
No grito de mulher nua.

Ecoando no espaço do meu sujeito.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

É chegada a hora


É chegada a hora

Ver um amigo partir

Traz logo no peito a lembrança

Dos momentos juntos vividos

Da alegria e companheirismo

Em tanta conversa jogada fora

É chegada a hora

De deixar pra traz velha rotina

Arregimentar grandes forças

Pra seguir novo caminho

Levando na bagagem

A certeza da aprendizagem,

O tesouro mais precioso e certo

Aquele que ninguém te tira.

É chegada a hora

De dizer sentirei saudades,

Segue em frente amigo e

Trate de aproveitar com sabedoria

Os desafios, alegrias e prazeres

Que a vida tem para te ofertar.

Leve junto contigo a certeza

Do meu carinho, torcida e respeito,

Onde quer que você vá.

BEM ESTAR


Toc, toc... É alguém a bater na porta

São os intrusos e curiosos,

Não os deixo entrar;

Essa festa é particular e intima.

Eles estão sempre a questionar

Sobre o que está acontecendo e

Com quem você (de fato) está

Gera-me logo um incômodo

E não quero nada revelar

Queria mesmo era gritar:

“Sinto-me invadida por vocês

Mudem o foco e o olhar”

O meu sentir não é público

É mais que um bem querer,

É bem estar!

Noites Claras

Sua respiração na minha boca
Vem como a lembrança da minha terra
Boa sensação de ar cálido.

As paredes daquele quarto
Esconderam suas dores
Acolheram seus amores.

O chão desse lugar
Tiveram as melhores noites
Que um dia serão guardadas num altar.

O teto daquele lugar
Abriu-se para os astros observarem
E as estrelas iluminarem aquela escuridão.

É quase de manhã
Raiou o sol de outono
Desfazendo minha insanidade noturna.

Mas o princípio de tudo é o nada
Assim como a noite
Abre uma brecha para o dia.

Então nestas noites pálidas
Te espero, te desejo, te quero
Para viver energias válidas

E dançarmos nas noites claras

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Vida

Lembra quando eu te procurava?
Mistério e sombra era o que via.
Lembra quando deixei de perguntar?
A sombra permaneceu no chão,
Mas minha alma não cabia mais no meu corpo.
Foi daí que senti as noites pálidas
Respirei-as com pulmões vivos
E tive a certeza do meu destino.
Voei no espaço entre luzes claras
E agora venho de novo te pedir
Que ratifique tudo isto
Não porque te perdi
Mas pelas minhas fraquezas emocionais de homem
Homem calado, introspectivo
Que te pede, pede na insistência
Até poder receber,
Mas ainda sim confio em ti.
Minha tranquila aparência vem de Tu.
Mesmo sendo pouco, pouco, pouquinho
Neste cosmo infinito de poeira da vida
Que não me cabe entender
Só me cabe admirar, orar
E te pedir com minha maior devoção
A vida de meus irmãos.

As Noites

Desbanca a claridade, porém raiou de amor.
Entra gelada, serena e sensual
Abre todas as portas do meu espiríto
Me faz sonhar, amar, único e supernal.
É dona das estrelas deixando-as visível na epopéia cósmica.
Ah, como é doce, solitária, recanto, meu encanto.

A Moça

A moça que passa nada digo,
Mas olho paras pernas que vão
E enchem minha pélvica de sensação.

A moça que passa nada digo,
Mas respiro o vento que passa por seus cabelos
E chegam a mim trazendo as mais belas paixões.

A moça que passa nada digo,
Mas meus olhos seguem sua cintura cintilante
Que pestana minha mente como um gozo.

A moça que passa nada digo,
Mas vejo seus olhos grandes de Capitu
Que me inebriam os sentidos em ardor.

A moça que passa nada digo,
Mas até mesmo seu nariz empinado é música
Música de tempo vivido e sonhado.

A moça que passa nada digo,
Mas traz minha terra de tão bom que ela é
Ela me deixa cheio de mimos e nostalgia.

A moça que passa nada digo,
Mas é como a nova bossa nova
Sempre alegre, cantando o amor-imperfeito.

A moça que passa nada digo,
Mas é como as noites do meu lugar
De pedras frias, sombras, romântica e solidão.

A moça que passa nada digo,
Mas é como as casas do meu sertão
Singelas e bonitas no que representam.

A moça que passa nada digo,
Mas é como uma supernova
Que rasga o céu de astros em luzes.

A moça que passa nada digo e,
Nem quero dizer pra não perder
O encanto que é lembrar nosso canto.

sábado, 9 de maio de 2009

Amor Suspense

Sinto muito, desculpe amor supernal
Tou longe da sua estação prima
Sou descendente da vida espacial
Lá não existe teu capital.

Teu beijo doce e sôfrego é gostoso
Mas não combina com meu lábio tétrico.
Ávido coração badalado e amoroso
Sempre andou e foi prazeroso.

Não sou teu, só faço suspense
P’ra balada ser tocada.
Não me entenda, nem pense.

Neste momento é minha amada
Amanhã vai e me vence
Mas logo acaba e fica abalada.

Leveza

As carnes ainda tremem
E os batimentos contam-se acelerados
Desde o ultimo contato
Com teu hálito quente e perfumado

Com força intensa, de emoção
Sinto-me de novo adolescente
No medo de sermos descobertos
Sensato é conter reação

Evitar a cobrança alheia
Que tudo quer transformar num padrão
Não funciona assim p'ra gente

É assim desde o começo
Nosso contrato foi selado num beijo
Sendo a leveza o atual cenário dessa relação

Tu em mim

A razão me cegou, mas meus olhos são teus.
A paixão me ludibriou, mas a madrugada fria me salvou.
Quando me vi assim sem caminho e sem direção,
Minha mente voou no espaço e me atirou em tuas mãos.

Paixão Indecente

Sombra pálida sem raio de luz, era assim que me sentia naquela noite de gozo e culpa.
Meu romantismo sucumbido pela praticidade de tuas palavras insólitas,
Era eu silêncio; tu mistura de explosões e constelações maravilhosas.

Quero presente o que é ausente, um amor que aumente.
Mereço mais que isso, que uma paixão indecente.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Encanto estrelar

Ideal é intímo do subjetivo nesse espaço
Deita aqui e vem vê o real.
Sabes que dói o objetivo do cosmo
Nesta busca em chamas pelo surreal.

Não busco por bem ou mal.
Calando-se e ficando cada dia mais perto
mais perto, mais perto de tua poeira espacial

Um corpo leigo e estreito
Presente no meu recanto.
Cheiro forte de delito
Como o ausente encanto.

Quem disse que não é poesia?
Rimas fracas e pobres não quero
Baladas constantes me atraem.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Caleidoscópica

Um sonho hoje despertou-me diferente
daquela que ontem nem sequer dormira
Sentimento antigo que não é nem bom nem ruim
Nem belo, nem feio... Estou apenas dolorida
Reconheço-me de novo assim: calma e profunda
Treinando o olhar para as belas e duras paisagens
E o mais que faça valer e enternecer uma vida
Não é preciso tentar entender... Apenas deixe-me assim
Em cada célula sentida
E quando achar que me conhece:
Esqueça... Eu já serei outra
Não por que seja promíscua ou louca
Apenas caleidoscópica e viva.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Subversão

Ah meu amigo
tão bom estar assim
abraçados e cumplices
de um tesouro:
O nosso próprio segredo
Livre de padrões e (pre)conceitos
Essa é nossa virtude
e nosso recomeço
Já que a vida é cíclica e é agora
em tempo de florescer.
Não é preciso autorização nem consenso
pois há míopes que gritam:
SUBVERSIVOS!
E sem malícia, livres e ousados
submergimos no olhar
para voltar a superfície
com fôlego novo.
Bastando apenas uma palavra tua
com um simples comando
e te abro um sorriso largo
que simboliza a entrega
da arte e da beleza...
do melhor que há em mim

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Poesia Flutuante

Poesia minha é flutuante,
Ela é direta e ambígua
Simples e gritante
Assim como o amor errante.

Mandacarutron

Maracatu começou...
Gritos ecoam no sertão,
É o sertanejo que não teme dor nem pavor

- Ceará, que Patativa gerou,
não morra embriagado por aquele que o negou.

Om do Sertão

O som que te criou
............Foi música pra noite.
Este som do Universo
Rondou e te formou.

Este som tão belo é um verso
........Veio mais rápido que a luz e
Passou pela caatinga e voou
Deixando mais claro aquele sol amarelo.

Chão seco

Nuvem moderada que insiste em deixar a terra seca
Fécha e fêcha com teus irmãos
E faz póças e pôças neste chão.

Cansei de "inhos"

No meu ladinho
No seu cantinho
Desse jeitinho
Beijando devargazinho.

(...)

-"inho" é coisa lindinha,
mas não combina mais com minha vidinha.